Em campanha para as eleições de 2022, a deputada federal Rose Modesto (PSDB) sentiu o baque de ter votado a favor do aumento do Fundo Eleitoral de R$ 2,034 bilhões para R$ 5,7 bilhões em 2022, apesar da mais grave crise econômica da história brasileira. Para tentar minimizar o desgaste, ela seguiu o exemplo dos parlamentares bolsonaristas e gravou vídeo em que afirma ser contra mais dinheiro para as campanhas eleitorais.
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“Sou contra o aumento do fundo eleitoral”, afirmou a deputada em vídeo distribuído pelos aliados e seguidores nas redes sociais e grupos de aplicativos. No entanto, na prática, a parlamentar votou a favor do aumento do fundo especial destinado a bancar as campanhas eleitorais em 2022, quando a deputada poderá disputar o Governo pelo Podemos.
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“Votei contra (o aumento do fundo) em 2019”, tentou se justificar. No entanto, a situação é muito pior em 2021, quando milhares de brasileiros estão desempregados e até passando fome por causa da crise econômica causada pela covid-19. Neste ano, o Governo não teve dinheiro para manter o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600.
No vídeo, que pode ser conferido nesta página, como política exemplar da era Bolsonaro, a deputada tenta jogar o desgaste no colo de quem votou contra o aumento do 185% no fundo especial destinado às campanhas eleitorais. Conforme Rose, como ela votou a favor da Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2022, teria aprovado a previsão para compra de vacinas contra covid-19, mais dinheiro para a saúde e incluído previsão de aumento salarial para os agentes de saúde e de endemias.
Só que a parlamentar esqueceu de explicar que era muito fácil o parlamento aprovar a LDO sem o aumento do Fundo Eleitoral. O Congresso Nacional teve a oportunidade de separar a votação ao aprovar o destaque, mas a medida foi rejeitada pela maioria exatamente porque a estratégia era aprovar o aumento do fundo junto com a LDO para que os defensores dessem a mesma explicação dada pela deputada.
Rose repete o discurso e a prática dos deputados bolsonaristas, que foram às redes sociais detonar a aprovação do aumento do fundo eleitoral de R$ 2,034 bilhões para R$ 5,7 bilhões. No entanto, na hora de votar, eles votaram a favor do aumento nos gastos dos políticos em 2022. Eles acabaram enfrentando a fúria dos eleitores, que cobraram coerência nas redes sociais.
O mesmo ocorre com Rose Modesto, que votou a favor do aumento, mas mantém o discurso de que é contra. É a típica conduta dos políticos que construíram o Brasil ao longo dos séculos, pregando uma coisa no discurso e agindo de outra forma no discurso.
Além de Rose, o aumento do Fundo Eleitoral para R$ 5,7 bilhões, mais que o valor destinado para o orçamento da Prefeitura de Campo Grande para todo um ano, teve o aval dos deputados tucanos Beto Pereira e Bia Cavassa, do bolsonarista Dr. Luiz Ovando (PSL) e do senador Nelsinho Trad (PSD).
Votaram contra o aumento os deputados federais Dagoberto Nogueira (PDT), Fábio Trad (PSD), Loester Trutis (PSL) e Vander Loubet (PT) e as senadores Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (PSL).