Apesar da pandemia não ter chegado ao fim, os deputados federais de Mato Grosso do Sul elevaram em 21% o montante desembolsado com cota parlamentar no primeiro semestre, de R$ 1,121 milhão, em 2020, para R$ 1,357 milhão neste ano. O campeão em gastos foi Loester Trutis (PSL), eleito com o discurso de renovação, que desbancou os políticos tradicionais, conforme o Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.
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Como houve avanço da covid-19 neste ano, a Câmara dos Deputados manteve as sessões virtuais no primeiro semestre. Contudo, os oito deputados federais sul-mato-grossense elevaram o gasto com a cota parlamentar. O maior aumento ocorreu no gasto com a deputada federal Rose Modesto (PSDB), que elevou em 120%, de R$ 83,7 mil para R$ 184,6 mil.
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A segunda maior alta foi no desembolso com o mandato de Dr. Luiz Ovando (PSL), famoso pela fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O médico usou R$ 185,8 mil com cota parlamentar de janeiro a junho deste ano, aumento de 103% em relação aos R$ 83,7 mil utilizados no mesmo período do ano passado.
A novidade continua sendo Loester Trutis, que teve o indiciamento pelos crimes de disparo de arma de fogo, falsa comunicação de crime e de ter simulado o atentado sugeridos pela Polícia Federal. Conforme o Portal da Câmara, o deputado utilizou R$ 231,8 mil da cota parlamentar no primeiro semestre, leve oscilação de 0,21% em relação aos R$ 230,3 mil desembolsados em 2020.
Trutis foi o campeão em gastos no semestre, superando os tradicionais ocupantes do posto, como Vander Loubet (PT) e Dagoberto Nogueira (PDT). O gasto do deputado do PSL pode ser maior, já que o gasto com consultoria (que representou R$ 16 mil de janeiro a maio deste ano) e com divulgação da atividade parlamentar (de R$ 10,2 mil a R$ 16,2 mil) não foram computados no mês passado.
Confira os gastos dos deputados no 1º semestre
Deputado | 2020 | 2021 | Variação |
Loester Trutis (PSL) | 230.345,20 | 231.833,98 | 0,21% |
Vander Loubet (PT) | 183.664,03 | 203.063,85 | 10,50% |
Dagoberto Nogueira (PDT) | 209.267,80 | 203.230,49 | -2,80% |
Beto Pereira (PSDB) | 166.534,42 | 197.780,69 | 18% |
Rose Modesto (PSDB) | 83.750,14 | 184.677,37 | 120% |
Dr. Luiz Ovando (PSL) | 91.441,20 | 185.870,11 | 103% |
Bia Cavassa (PSDB) | 113.618,63 | 134.150,92 | 18% |
Fábio Trad (PSD) | 42.696,13 | 16.660,37 | -60% |
Total | 1.121.317,55 | 1.357.267,78 | 21% |
Famoso por não ter papas na língua, Trutis foi eleito com o discurso de inovação e em que condenava os costumes da velha política. Nas redes sociais, ele ainda se gaba de economizar com o dinheiro público.
O vice-campeão em gastos foi Loubet, com a utilização de R$ 203 mil neste ano, contra R$ 183,6 mil no mesmo período do ano passado. O petista elevou o desembolso em 10,5%. O terceiro lugar ficou com Dagoberto, com R$ 203,2 mil. O pedetista reduziu os gastos em relação ao ano passado, quando usou R$ 209,2 mil, em 2,8%.
O deputado que menos utilizou a cota parlamentar foi Fábio Trad (PSD), que tem se notabilizado nas redes sociais nas críticas contundentes à atuação do presidente Jair Bolsonaro no combate à pandemia.
Ele gastou R$ 16,6 mil de janeiro a junho deste ano, o que representa o montante pago por Trutis a assessoria jurídica por apenas um mês. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando se utilizou de R$ 42,6 mil, houve queda de 60% na utilização da cota parlamentar.