As temperaturas já começaram a cair e a oscilação deve ocorrer nos próximos meses, marcando o período de inverno, que começou dia 20 deste mês e vai até 22 de setembro. Até lá, além do incômodo, a estação favorece a transmissão da gripe. Em Campo Grande, a vacinação vai até o dia 9 de julho, mas a procura ainda é baixa, segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande).
[adrotate group=”3″]
O último levantamento da secretaria apontou que 128.836 pessoas estavam imunizadas contra a influenza, número que corresponde a 58,27% da população. “Estamos com uma procura bastante baixa, o que nos preocupa, uma vez que estamos em uma época onde as doenças respiratórias são bastante comuns, além destas também levarem à morte”, explica a superintendente de vigilância em saúde da Sesau, Veruska Lahdo.
Veja mais:
Epidemia de obesidade mórbida infantil é grave, mas não é tratada com a seriedade necessária
Paracetamol: por que o remédio mais usado contra a dor e febre pode ser um vilão?
Boletim Covid – O Jacaré: MPE terá acesso à lista de vacinados para apurar denúncia de fura fila
Entre as explicações apontadas pela superintendente e reproduzidas no site da Sesau está a imunização contra a covid-19. “É necessário aguardar 15 dias após uma das doses para que a vacina seja tomada, mas estamos vendo que muita gente não está procurando as unidades”.
Ainda assim, o conselho é que os grupos prioritários procurem a vacina contra a gripe. A imunização está disponível para crianças entre seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas até 45 dias pós parto, idosos, trabalhadores da saúde e educação, pessoas com comorbidades e com deficiências permanentes.
Tem dúvidas sobre a vacina contra a gripe? Confira os esclarecimentos da Fiocruz:
Gripe e resfriado são a mesma doença?
Não. A gripe é causada pelo vírus da influenza e geralmente é caracterizada por febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse. A febre é o sintoma mais importante e dura em torno de três a sete dias. Os sintomas respiratórios como a tosse e outros, tornam-se mais evidentes com a progressão da doença e mantêm-se em geral de três a quatorze dias. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar e às vezes um ambiente de terapia intensiva.
O resfriado também é uma doença respiratória frequentemente confundida com a gripe e também é causado por vírus. Os mais comuns, são os rinovírus, os vírus parainfluenza e o vírus sincicial respiratório (VSR), metapneumovirus, entre outros, que geralmente acometem crianças. Os sintomas do resfriado, apesar de parecidos com da gripe, são mais brandos e duram menos tempo, entre três e dez dias. Os sintomas incluem tosse, congestão nasal, coriza, dor no corpo e dor de garganta leve. A ocorrência de febre é menos comum e, quando presente, é em temperaturas mais baixas. A chance de complicação é bem menor.
Quem tomou a vacina contra a covid-19 pode vacinar contra a gripe?
Sim. Basta respeitar o intervalo de 15 dias entre as vacinas.
A vacina da gripe imuniza também para a covid-19?
Não. A vacina da gripe imuniza somente contra os vírus que causam a gripe.
A vacina da gripe imuniza também para o resfriado?
Não. A vacina da gripe imuniza somente contra os vírus que causam a gripe.
Quais vacinas existem contra a gripe?
Existem as vacinas trivalente e a quadrivalente. No Brasil, temos na rede privada a quadrivalente, que possui dois subtipos do vírus Influenza – dois subtipos A, normalmente H1N1 e o vírus da gripe sazonal (H3N2) e dois subtipos B que dependem do vírus circulante no ano anterior. Já a vacina distribuída na rede pública é a vacina trivalente, que possui os dois tipos da Influenza A (H1N1 e o H3N2) e um vírus da Influenza B. A cepa adicional de Influenza B é o que a diferencia da quadrivalente, no entanto, como praticamente não existe a circulação dessa cepa no Brasil, não é obrigatória a vacinação nas clínicas privadas.
Quem tomou a vacina em 2020 precisa tomar em 2021?
Sim, pois conforme o tempo após a vacina passa, os anticorpos para os vírus vão diminuindo, sendo necessário reforçar, novamente, o sistema imunológico através da vacina. E há ainda os casos em que os vírus foram modificados de acordo com a maior incidência dos mesmos no ano anterior.
Quem está com febre e/ou tomando antibiótico pode tomar a vacina?
Se a febre for alta, recomenda-se que as pessoas aguardem a resolução do processo para receber a vacina. Já para os que estão fazendo uso de antibióticos, não há problemas em fazer a vacina.
Quais as contraindicações?
As contraindicações mais comuns são as reações anafiláticas e reações alérgicas gravíssimas, quando a vacina já foi aplicada anteriormente e apresentou tais reações.
A vacina da gripe causa gripe?
Não. É importante ressaltar que a vacina da gripe é feita de vírus inativados, ou seja, ela não transmite a doença. Ocorre que como a vacina é aplicada numa época em que há muitos vírus respiratórios circulando, as pessoas ficam mais doentes e atribuem os sintomas à vacina, mas certamente a doença que se manifestou foi provocada por outros vírus que não os contidos na vacina.
Quais os principais efeitos colaterais da vacina?
As chances de efeitos adversos a essa vacina são muito pequenas. As reações são bastante individuais, algumas pessoas podem apresentar dor e vermelhidão no local da aplicação, febre e mal estar.
Qual a importância da vacina da gripe?
A vacina da gripe é essencial para todas as pessoas acima de seis meses que não possuam contraindicação em recebê-la anualmente. Porém, para o público-alvo, é ainda mais importante, pois para essas pessoas as chances de complicações como consequência da infecção pelo vírus da gripe são muito mais frequentes.
Quais outros cuidados que podemos tomar para evitar a gripe?
Para evitar pegar doenças respiratórias, seja gripe ou resfriado, é bom sempre manter alguns hábitos de higiene como lavar as mãos, utilizar lenço descartável para limpar o nariz, não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas, manter os ambientes bem ventilados e evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe ou resfriado.
É fundamental também cobrir o nariz ao tossir e espirrar. Mas não use a mão para isso. Cubra o rosto com área interna entre o braço e o antebraço, onde fica o cotovelo. Assim, você evita tocar em objetos com as mãos cheias de vírus que podem contaminar outras pessoas.
Dica O Jacaré para a sua saúde:
Garantir cuidados para um familiar com a saúde fragilizada já pode ser estressante em condições normais, mas diante das ameaças de uma pandemia como a da covid-19, essa condição multiplica preocupações. A situação é ainda mais preocupante quando os cuidados são dispensados a idosos, como explica a diretora do Instituto da Escola de Enfermagem da Universidade da Califórnia, Terri Harvarth, em entrevista ao jornal The Washington Post.
“Existe muito sofrimento. “Sabemos que o isolamento social tem efeitos deletérios tanto para os idosos quanto para os cuidadores familiares”, afirma a profissional. Entre os problemas apontados por Harvarth estão a fragilidade imunitária, a falta de auxílio externo e o risco de adoecer, ainda que não seja da covid-19.
Diante dos problemas, a sugestão é a mais plausível e econômica possível: organização. Nessa linha, seguem algumas dicas para quem precisa necessita cuidar de um familiar idoso ou acamado:
Pedir ajuda a familiares e amigos
Mesmo vacinadas, pessoas idosas ou acamadas demandam energia. Para as atividades inevitáveis, como a locomoção diária, banho e garantia de alimentação, o responsável deve solicitar ajuda. Familiares e amigos podem ajudar também com as compras em farmácias e supermercados, como forma de evitar o deslocamento do responsável direto pelo cuidado. O mesmo vale para o auxílio à higienização da casa e ao transporte, quando for inevitável.
Lembrar do próprio autocuidado
Cuidadores de idosos ou pessoas acamadas tendem a esquecer a própria saúde. Além de priorizar a alimentação, é preciso dar atenção aos pequenos sinais do corpo. Também para esses pontos vale pedir ajuda. Já no cuidado direto, mesmo no cuidado de pessoas já vacinadas, não pode ser dispensado o uso de máscaras e a higienização constante das mãos. É como a orientação para um acidente aéreo, primeiro é colocada a máscara de oxigênio em si e, depois, em quem estiver ao lado.
Ter um dia dedicado ao descanso
O revezamento possibilitado pelo auxílio de outros familiares e amigos contribui para que o responsável direto pela pessoa idosa ou acamada consiga ter um dia de descanso. Além da organização da própria vida, a pausa reduz a possibilidade de esgotamento em uma situação extrema e que pode ser permanente.
Definir previamente as regras para o cuidado médico do familiar assistido
Ir a hospitais tem sido cada vez mais complicado, mesmo para quem está vacinado. Isso acontece porque os hospitais estão atuando no limite, o que reduz as chances de espaço para doentes que não têm covid-19. Mesmo para esses há restrições de atendimento. Por esse motivo é preciso organizar uma agenda com médicos responsáveis e que estejam disponíveis para receber uma ligação em casos não graves. Esse contato pode representar a linha tênue entre a garantia ou não do atendimento de emergência quando surgir. Afinal, o médico responsável estará informado de todos os pontos e saberá como agir na condução de uma crise.
Tem dúvidas sobre o tema saúde?
Quem desejar contribuir para o nosso boletim pode entrar em contato pelo e-mail: boletinsojacare@gmail.com.