Em estado grave em decorrência das complicações causadas pela covid-19, o empresário Jamil Name, 82 anos, foi transferido para hospital particular de Mossoró (RN) e entubado. Em decorrência do agravamento da situação do chefe do dono do jogo do bicho em Campo Grande, os advogados ingressaram com pedido de prisão domiciliar no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
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Conforme relatório encaminhado ao ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ, o Presídio Federal de Mossoró procurou o advogado Pedro Vitor Fernandes Diógenes para pedir a aquisição em regime de urgência de antibiótico para Name. Logo em seguida, os advogados foram informados que ele tinha testado positivo para a covid-19.
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Em seguida, a penitenciária encaminhou o empresário para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Mosssoró. “O Sr. JAMIL NAME chegou na UPA do Belo Horizonte em Mossoró/RN já em estado crítico, com baixa saturação de oxigênio no sangue e precisando fazer uso imediato de oxigênio, sendo prontamente requisitada vaga em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)”, informaram os advogados Renê Siufi e Tiago Bunning Mendes.
“Paciente bastante dispneico, com saturação 87%, com múrmuro vesicular abolido e estertores esparsos em bases pulmonares. Saturação com máscara 100% 93, frequência cardíaca 71, frequência respiratória 32, pressão arterial 110/60m de mercúrio, temperatura 36º.3. Covid Reagente”, relatou o médico de plantão. Tomografia teria revelado comprometimento de 65% do pulmão, segundo amigos da família.
Por quatro horas na noite de segunda-feira, a direção do presídio procurou por vaga em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para atender o empresário. Ele foi internado às 22h16 do dia 31 de maio no Hospital Wilson Rosado onde segue na UTI sem expectativa de alta.
Os advogados decidiram aproveitar a situação para solicitar, em regime de urgência, prisão domiciliar para Jamil Name, acusado de chefiar organização criminosa, corrupção passiva e ativa, ser dono de arsenal de armas de grosso calibre e comandar um grupo de extermínio na Capital. Ele tem sete mandados de prisão preventiva.
“Inobstante, Vossa Excelência tem conhecimento de que JAMIL NAME é pessoa extremamente debilitada e encontra-se no grupo de risco da Covid-19, não somente pela idade de 82 anos de idade, mas por diversas doenças que lhe acometem, tais como a Diabetes e a Hipertensão. Vale lembrar todas as comorbidades que acometem JAMIL NAME, que é portador de Diabetes Mellitus Tipo 2 Descompensado; Hipertensão Arterial Descontrolada; Sarcopenia; Síndrome do Idoso Frágil; Polineuropatia Diabetogênica; dificuldade de locomoção; dificuldade de audição; com risco de mortalidade segundo Parecer do psicogeriatra Hewdy Lobo”, repetiram os advogados, na petição encaminhada ao STJ.
“A fragilidade de JAMIL NAME salta aos olhos, pois contraiu a Covid-19 mesmo após a administração de duas doses da vacina Coronavac, a primeira em 26/01/2021 e a segunda em 23/02/2021, conforme páginas do Prontuário Médico encaminhadas nesta data pela Unidade Prisional (anexo), tornando evidente que seria temerário seu regresso ao cárcere, caso seja alcançada a estimada cura da Covid-19”, frisaram.
Os advogados querem aproveitar a internação do empresário para obter a prisão domiciliar. Caso o benefício seja concedido, ele não volta mais para o presídio federal após obter alta hospitalar.
Até o momento, o ministro Rogério Schietti Cruz não tinha analisado do pedido de tutela de emergência.