Após ser dispensado pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, o senador Nelsinho Trad (PSD) recuou e decidiu depor “espontaneamente” no julgamento da Coffee Break. O ex-prefeito da Capital será um dos 23 réus que começam a ser julgados na terça-feira (18) acusados de dar o golpe em Alcides Bernal (PP) no dia 12 de março de 2014.
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Os réus serão os primeiros a serem interrogados na ação de improbidade administrativa que cobra R$ 24 milhões. O ex-governador André Puccinelli (MDB), e o dono do jornal Midiamax, Carlos Eduardo Naegele, abrem a rodada de interrogatório a partir das 9h. O secretário-adjunto de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Flávio César, e o ex-presidente da Câmara Municipal, Mário César (MDB), serão ouvidos a partir das 14h.
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Com foro privilegiado por ser senador da República, Nelsinho tentou tumultuar o processo. Ele informou ao magistrado que não poderia depor no dia 24 deste mês e, usando a prerrogativa do cargo eletivo, pediu para agendar o seu interrogatório para 5 de agosto deste ano. O magistrado negou o pedido e dispensou o depoimento do ex-prefeito.
A decisão do juiz levou em consideração que nas ações por improbidade administrativa, as testemunhas são ouvidas depois dos réus. Caso cedesse a vontade de Nelsinho Trad, o julgamento não seria concluído no dia 22 de junho deste ano e os depoimentos deveriam ser remarcados.
Em março deste ano, o juiz dispensou Nelsinho de prestar depoimento. Então, o senador decidiu acatar a primeira decisão do juiz e aceitou prestar depoimento no dia 24 de maio (segunda-feira), último dia do interrogatório dos réus. O ex-secretário municipal de Saúde e atual vereador da Capital, Jamal Salem (MDB), será o último a depor, no mesmo dia do ex-prefeito.
O atual presidente da Câmara Municipal, Carlos Augusto Borges, o Carlão (PSB), é um dos poderosos que são réus neste processo. Também vão ser ouvidos os empresários João Amorim, dono da Proteco e acusado de ser sócio oculto da Solurb, e João Roberto Baird, o Bill Gates Pantaneiro.
O julgamento da Coffee Break começa cinco anos após a denúncia ser protocolada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e com o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte (sem partido) preso para cumprir a pena de oito anos e quatro meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele ainda tem outra sentença pendente, por ocultar uma fortuna na construção de casa no Damha, que o condenou a quatro anos de prisão.
O processo da Coffee Break também avançou na fase criminal. O juiz Márcio Alexandre Wust, da 6ª Vara Criminal, conduz o caso no mais absoluto sigilo e longe dos olhos da sociedade. Ele marcou as audiências para suspensão do processo para alguns réus, como é o caso do senador Nelsinho Trad.