Durante a visita a Terenos, para entrega de 1.128 títulos definitivos para assentados da reforma agrária, na manhã desta sexta-feira (14), Jair Bolsonaro (sem partido) culpou o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) pelo aumento da gasolina em Mato Grosso do Sul. O presidente ignorou que a Petrobras elevou em 43,47% o preço do produto nas refinarias desde o início deste ano.
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Atendendo a pedidos dos bolsonaristas presentes à solenidade no Assentamento Santa Mônica, o presidente falou sobre o encarecimento do combustível. Em Mato Grosso do Sul, o litro custa mais de R$ 6 em algumas cidades. “Não pode me culpar pelo preço da gasolina”, ressaltou.
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Para Bolsonaro, o principal responsável pelo valor da gasolina é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Em Mato Grosso do Sul, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) elevou a alíquota de 25% para 30% no início do ano passado, após a proposta ser aprovada por 15 dos 24 deputados estaduais.
Ao falar do assunto, Bolsonaro lembrou que zerou a alíquota do PIS e Cofins sobre o óleo diesel por dois meses. “O que muitos governadores fizeram, aumentaram o ICMS sobre a gasolina”, reclamou. “Não adiantou de porra nenhuma diminuir o ICMS (?)”, bradou, soltando um palavrão e confundindo os tributos de competência estadual e federal.
Em seguida, ele lembrou do governador sul-mato-grossense, que viajou a São Paulo com a esposa e não participou do evento com o presidente da República em Terenos. “Não vou falar bem nem mal do Azambuja, mas a plataforma do futuro governador de Mato Grosso do Sul, (os eleitores) levem em conta isso (tributo sobre a gasolina)”, aconselhou Bolsonaro, entre dois pré-candidatos ao Governo, a senadora Soraya Thronicke (PSL) e o senador Nelsinho Trad (PSD).
Bolsonaro defendeu a reforma tributária para definir um valor fixo do ICMS a ser cobrado nos Estado para evitar a diferença nas alíquotas. Ele lembrou que o projeto está parado no Congresso Nacional desde 2001. Na sua avaliação, há bitributação na cobrança do tributo sobre a gasolina.
O presidente ignorou a política de preços da Petrobras. A companhia, comandada por um indicado pelo Planalto, aplicou vários reajustes. Desde o final do ano passado, o valor da gasolina acumula aumento de 43,47%, já que passou de R$ 1,84 para R$ 2,64.