O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) indicou a senadora Soraya Thronicke (PSL) como vice-líder do Governo no Congresso Nacional. O gesto cria saia justa para os “amigos” do capitão em Mato Grosso do Sul, que vivem criticando a presidente regional do PSL, como o deputado estadual Coronel David (sem partido) e o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PSL).
[adrotate group=”3″]
Além de indicar a reaproximação entre ambos, a indicação também sinaliza que Bolsonaro poderá subir no palanque da senadora nas eleições de 2022. Soraya já anunciou que vai ser candidata a governadora para disputar a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB). Ela ganha um aliado de peso, considerando-se a popularidade do presidente. Em Mato Grosso do Sul, ele lidera as intenções de voto.
Veja mais:
Marqueteiro contratado por Soraya é pivô de crise na eleição para prefeito de São Paulo
Soraya, Nelsinho, André e Riedel são os primeiros nomes lançados para a sucessão estadual
Soraya assina CPI da Covid para ampliar investigação aos prefeitos e governadores
No ano passado, em meio ao agravamento da pandemia, houve rusgas na relação entre Boslonaro e Soraya no Estado. Após ela votar pela derrubada do veto, que permitiu reajuste para os servidores da segurança pública, o indicado pela parlamentar acabou sendo exonerado da administração regional da Funai (Fundação Nacional do Índio) em Campo Grande.
“As pautas que nos elegeram, o presidente Bolsonaro e eu, são a mesmas e sempre me mantive fiel a elas, pois são demandas da população brasileira. Muitas vezes recebemos algumas críticas porque as pessoas não sabem tudo que se passa nos bastidores do poder, então acabam acreditando em falácias disseminadas com o intuito de enfraquecer os adversários políticos”, explicou a senadora, descartando qualquer conflito com o presidente da República.
“Mas basta pesquisar sobre a minha atuação e as minhas votações, que sempre foram coerentes com as bandeiras que nos elegeram. Jamais desviaria do meu compromisso com as pessoas que confiaram seus votos a mim”, garantiu.
O líder do Governo no Congresso Nacional é o senador Eduardo Gomes (MDB), do Tocantins. Soraya integra o seleto grupo de vice-líderes, composto por sete senadores, que inclui o filho do presidente, Flávio Bolsnaro (Republicanos), Jorginho Mello (PL), Márcio Bittar (MDB), Sérgio Petecão (PSD) e Marcos Rogério (DEM).
Com a indicação, ela passa a ser uma das interlocutoras de Bolsonaro no Senado e no Congresso Nacional. O maior entrosamento entre ambos vai enfraquecer o discurso dos adversários da senadora em MS, como Coronel David que deixou o PSL após atrito com Soraya. Ele sempre se apresenta como um dos mais fieis ao presidente da República no Estado.
Aliás, David aguarda a definição de Bolsonaro para se filiar a uma legenda para disputar a reeleição em 2022. A indicação de Sorya indica que o presidente pode retornar ao PSL ou contar com o apoio da sigla nas eleições de 2022.
No primeiro mandato, Soraya quer disputar o Governo e focar no combate à corrupção. Ela e o suplente, o advogado Danny Fabrício, ingressaram com ação na Justiça em 2017 para pedir o bloqueio dos bens do governador Reinaldo Azambuja logo após a explosão do escândalo da JBS. O recurso está no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Sem ação por corrupção ou improbidade na Justiça, a senadora pretende se apresentar como opção ao eleitorado, considerando-se uma disputa que poderá ter o senador Nelsinho Trad (PSD), réu em várias ações e até condenado por improbidade administrativa, o ex-governador André Puccinelli (MDB), réu por corrupção e investigado por desvios de recursos na Operação Lama Asfáltica, o ex-vereador Vinícius Siqueira (PROS), o secretário estadual de Infraestrutura, Eduardo Riedel (PSDB), entre outros.