O assessor da Secretaria Estadual de Governo e Gestão Estratégica e genro da deputada estadual Mara Caseiro (PSDB), Nivaldo Tiago Filho de Souza chegou escoltado na delegacia de Polícia Civil de Miranda. “Ele chegou escoltado como se a gente fosse o bandido”, lamentou o representante comercial Caê Duarte, 33 anos, filho do pescador Carlos Américo Duarte, o Carlão, 59 anos, que morreu no acidente no início da tarde de sábado (1º).
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Em vídeo divulgado pelo Campo Grande News, o rapaz dá detalhes do acidente causado pelo assessor estadual e pede Justiça. “Para mim, (ele) é assassino”, afirmou, ao avaliar o contexto do acidente no encontro dos rios Miranda e Aquidauana, na região conhecida como Touro Morto, em Miranda.
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Conforme o registro da Polícia Civil, Nivaldo não tinha habilitação para pilotar a lancha, dirigia em alta velocidade e admitiu ter consumido quatro “garrafas de cerveja” (long neck). Ele atropelou a pequena embarcação onde estava Carlos, o filho e o piloto Rozivaldo Barbosa de Lima, da Pousada Beira-Rio.
De acordo com o representante comercial, a lancha do genro da parlamentar estava em alta velocidade, que o bico nem tocava na água. Ele estima que o motor era de 115 cavalos. Ele atingiu o meio da embarcação, matando Carlos, que estava no meio e ferindo os outros dois, que estavam nas pontas.
Ele contou que foi atingido nos braços, pés e costas. “A dor maior é no coração”, afirmou, sobre a perda do pai na tragédia. Caê relatou que apagou após ser atingido e acordou ouvindo os gritos do piloto, pedindo para Nivaldo não fugir, porque tinha matado o pescador.
Enquanto tentavai ligar a lancha, conforme o representante comercial, o assessor do Governo estadual jogou latas de cerveja no rio. Nivaldo Tiago acabou sendo parado pela Polícia Rodoviária Federal na BR-262 quando tentava deixar o local do acidente com a mulher, Maiara, e os dois filhos.
Ele foi conduzido até a delegacia da Polícia Civil de Miranda, onde prestou depoimento, admitiu ter consumido bebida alcoólica, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. O delegado o indiciou por homicídio culposo, mesmo tendo admitido o consumo de álcool e de não ter habilitação para pilotar a lancha.
“Só queria Justiça”, pediu Caê Duarte. Ele disse que o genro da deputada matou o seu pai e deseja vê-lo pagando por tudo que fez. “Com morte não resolve, com que a gente vai resolver?”, questiona, sobre a morte do pai. O representante diz que, na sua opinião, o pai foi assassinado. “Não sei para a Justiça, mas para mim é um assassino”, afirmou.
“Não vou descansar enquanto ele não for preso”, afirmou, no vídeo que pode ser conferido no link do Campo Grande News. (veja aqui)
Até o momento, Nivaldo Tiago Filho de Souza não se manifestou. A líder do Governo na Assembleia também não falou do acidente causado pelo genro.
O Governo do Estado também não divulgou nota nem se manifestou sobre o caso. Nivaldo estava nomeado na Secretaria Estadual de Governo desde 3 de março de 2015, desde o primeiro ano da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB), e recebe salário de R$ 15,8 mil por mês.
Sobre o pagamento de R$ 71 mil em outubro do ano passado, o Governo informou que foi acerto em decorrência da exoneração do genro de Mara para trabalhar na campanha eleitoral. Ele foi recontratado com o mesmo salário ainda em novembro, conforme o Portal da Transparência.