Réu por improbidade administrativa na Justiça estadual e federal e com os bens bloqueados, o senador Nelsinho Trad (PSD) acabou de fora da nova reforma ministerial promovida nesta segunda-feira (29) por Jair Bolsonaro (sem partido). Desde o final do ano passado, o ex-prefeito de Campo Grande aparece nas bolsas de apostas para integrar o primeiro escalão.
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Nesta semana, o presidente decidiu trocar seis ministros. Nelsinho chegou a ser cotado para o lugar do general Luiz Eduardo Ramos na Secretaria de Governo. O senador sul-mato-grossense bateu na trave. O cargo ficou com a deputada federal Flávia Arruda (PL), do Distrito Federal. O outro cotado era o líder do Governo, Ricardo Barros (PP).
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Caso fosse nomeado por Bolsonaro, Nelsinho ficaria com a articulação política e repetiria a trajetória do ex-deputado federal Carlos Marun (MDB), que ocupou o mesmo cargo na gestão de Michel Temer (MDB). Ele seria o 3º nome de MS a ocupar a esplanada dos ministérios no atual Governo.
O primo, o médico Luiz Henrique Mandetta, foi ministro da Saúde de Bolsonaro de janeiro de 2019 até abril do ano passado. Apenas a deputada federal licenciada Tereza Cristina (DEM) permanece no comando do Ministério da Agricultura.
O ex-prefeito da Capital começou a ser cotado para o cargo de ministro de Bolsonaro desde o final do ano passado, quando começaram as articulações para eleger os atuais presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM). Nelsinho tem a simpatia do ex-presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM).
Bolsonaro confirmou seis trocas ontem: Luiz Eduardo Ramos assume a Casa Civil da Presidência da República; o delegado da Polícia Federal Anderson Torres assume o Ministério da Justiça e Segurança Pública; o ex-ministro da Justiça, André Mendonça, volta para o comando da Advocacia-Geral da União; o ex-chefe da Casa Civil, general Walter Braga Neto, assume o Ministério da Defesa; o embaixador Carlos Alberto Franco França será o novo chanceler; e Flávia Arruda fica com a Secretaria de Governo.
Ventilada há vários meses, a queda do polêmico ministro Ernesto Araújo do Ministério das Relações Exteriores acabou sendo confirmada nesta segunda-feira. O pedido de demissão do chanceler acabou levando a reforma ministerial, mas sem a nomeação de Nelsinho.
Apesar de responder a várias ações por improbidade administrativa, inclusive foi condenado a pagar R$ 94 milhões aos cofres públicos devido às irregularidades na licitação bilionária do lixo, Nelsinho ainda sonha em integrar o primeiro escalão de Bolsonaro.
Em fevereiro, o senador tinha garantido seria nomeado após a aprovação das pautas prioritárias. “Vão ser retomadas as tratativas depois que esgotarem essas pautas prioritárias. Mas o nosso nome, dentro do Senado, é o nome que foi pactuado pelo ex-presidente e pelo atual da Mesa Diretora”, contou, em entrevista publicada pelo Campo Grande News no dia 26 de fevereiro deste ano.
De acordo com o site, o senador era cotado para ser ministro da Cidadania, Minas e Energia ou Desenvolvimento Regional. Caso assume este último, o senador deve desistir de disputar o Governo do Estado, já Rogério Marinho, titular da pasta, deve deixar o cargo para disputar o Senado em 2022.