O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM) derrotaria Jair Bolsonaro (sem partido) por 46,6% a 36,9% em eventual segundo turno em 2022. No entanto, com apenas 5,2% na simulação do primeiro turno, o principal obstáculo do democrata será passar a primeira etapa. A constatação é de pesquisa feita pelo Atlas Político, divulgado nesta quinta-feira (11) pelo jornal espanhol El País. (veja aqui)
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O atual presidente também seria derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pelo ex-ministro da Educação, Fernando Haddad (PT) e pelo ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT). O petista recuperou os direitos políticos nesta semana ao ter as condenações anuladas monocraticamente pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
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Realizada entre os dias 8 e 10 deste mês com 3.721 eleitores, a pesquisa mostra Bolsonaro em empate técnico com Lula. O presidente teria 32,7% contra 27,4% do petista, seguido pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro (sem partido), 10,4%, Ciro (7,5%), Mandetta (4,3%), governador de São Paulo, João Doria (PSDB), com 4,3%, e o apresentador da TV Globo, Luciano Huck (sem partido), com 2,5%.
No cenário sem Lula, Bolsonaro aparece isolado em primeiro lugar, com 32,3%, seguido por Haddad, com 15,7%, Ciro, com 11,6%, Moro, com 10,4%, Doria, com 5,3%, Mandetta, com 5,2%, Huck, com 4,4%, o banqueiro João Amôede (Novo), e Guilherme Boulos (PSOL), com 2,5%, a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), e o governador do Maranhã, Flávio Dino (PCdoB), com 1,3%, e o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), com 0,8%.
O principal obstáculo de Mandetta é chegar ao segundo turno, já que aparece atrás de outros políticos do mesmo campo político, como Ciro, Moro e Doria. No entanto, caso supere a fase mais difícil, ele é o candidato que abriria a maior vantagem sobre Bolsonaro em hipotético segundo turno, 9,7%.
O cientista político Andrei Roman, CEO do Atlas, atribuiu o atual momento da pandemia da covid-19 no Brasil aos números ruins para Bolsonaro. “Com tantos candidatos vencendo Bolsonaro no segundo turno, diria que nunca foi mais provável do que neste momento que o presidente perdesse em 2022. Mas a vida dá voltas. O Brasil pode sair da pandemia neste ano. Em 2022, o Governo pode fazer assistência social e Bolsonaro ainda pode se recuperar”, ponderou em entrevista ao El País.
“Na minha leitura, a intenção de voto de Mandetta é turbinada por uma pequena parcela que em janeiro ainda estava com o Bolsonaro e agora está migrando para um outro candidato, sendo que o destino mais natural deles é um candidato que faz crítica ao PT e tem um posicionamento um pouco menos antagônico em relação ao presidente”, pontuou.
Mandetta tem maior vantagem do que outros adversários direto na centro-direita e na direita brasileira. Em desgraça após ter as conversas divulgadas, em que manipula os processos para prender Lula, Moro já perderia para Bolsonaro em eventual confronto no segundo turno, por 33,1% a 34,3%. Em outras épocas, o ex-juiz era o único que batia o atual presidente no confronto direto.
Apesar de ser o único candidato com exposição massiva em comerciais e de ter um programa de entretenimento e assistência social na TV Globo para fazer política, Huck não decolou, conforme a pesquisa. Ele ainda perderia para Bolsonaro por 32,5% a 37,3%, tendo o pior desempenho entre os cotados para disputar a presidência em 2022.
O Atlas também divulgou que Mandetta é o político brasileiro com a melhor imagem no cenário nacional, com 40% de aprovação e 40% de desaprovação. Bolsonaro é o segundo, com 36% de desaprovação e 60% de reprovação. Lula vem em seguida, com 36% de aprovação e 58% de rejeição.
O curioso é que Mandetta é acusado de improbidade administrativa por fraude em licitação e desvio de R$ 8,2 milhões na implantação de sistema moderno de saúde na Capital, que nunca saiu do papel. Ele ainda é investigado por peculato pelo mesmo crime na Justiça Eleitoral.
A pesquisa ainda não pegou o impacto do discurso de Lula, feito na tarde de ontem, mas já repercutiu a decisão de Fachin. Mandetta ainda precisa conquistar o próprio partido para viabilizar a candidatura em 2022.