Sem espaço no PSDB e no MDB, o ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta teria sido sondado por três partidos para ser candidato nas eleições de 2022: PSL, Cidadania e Podemos. Ele decidiu deixar do DEM após o presidente nacional da sigla e ex-prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, admitir a hipótese de apoiar a reeleição de Jair Bolsonaro (sem partido).
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No entanto, o ex-deputado federal vai precisar de uma rebuscada engenharia política para dar a volta por cima desde que passou a fazer oposição ostensiva ao presidente da República. Ele foi demitido por Bolsonaro em abril do ano passado após discordarem publicamente sobre as ações de combate à pandemia da covid-19.
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Todos os jornais e sites nacionais repercutiram nesta semana a decisão de Mandetta de deixar o Democratas. O ex-ministro sonha ser candidato a presidente da República após surgir em pesquisas nacionais com índices melhores que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
No entanto, o projeto só poderá ser viabilizado caso consiga uma legenda com estrutura. Como o PSDB já tem o projeto definido de lançar Doria, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ou o apresentador da TV Globo, Luciano Huck, o médico ortopedista não seria a primeira opção.
Outro complicador é que o candidato a governador tucano em Mato Grosso do Sul em 2022 será o atual secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel. Ele até deve trocar de pasta, assumindo a Infraestrutura, para pavimentar o caminho para suceder Reinaldo Azambuja (PSDB).
O MDB também já tem candidato no Estado, o ex-governador André Puccinelli (MDB). Outra opção seria o PSD, dos primos Fábio, Nelsinho e Marquinhos Trad. No entanto, o candidato natural do partido deve ser o senador Nelsinho Trad.
O jornal espanhol El País revelou que Mandetta foi sondado pelo PSL, Cidadania e Podemos. Este último está fechado com a deputada federal Rose Modesto, que deve deixar do PSDB e poderá disputar o Governo do Estado pela sigla.
O PSL ficou dividido na disputa da prefeitura de Campo Grande no ano passado. A senadora Soraya Thronicke é apontada como um nomes do partido para disputar o Governo em 2022. O Cidadania, ex-PPS, sumiu no Estado após o ex-vereador Athayde Nery deixar a Secretaria Estadual de Cultura e deixar de ser coadjuvante do PSDB em Mato Grosso do Sul.
Outra opção de Mandetta seria ficar no DEM. ACM Neto anunciou que pretende procurar o ex-ministro da Saúde para convencê-lo a permanecer no Democratas. Alguns parlamentares até sugeriram lança-lo como pré-candidato a presidente para deixar claro que não vão apoiar a reeleição de Bolsonaro, segundo o jornal Folha de São Paulo.
No Estado, o projeto do DEM é lançar a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para disputar o Governo caso não consiga se viabilizar para ser candidata a vice-presidente da República na chapa de Bolsonaro. Ex-secretária de Produção na gestão de Puccinelli, a pecuarista é apontada como nome que pode unir, no primeiro ou segundo turno, os grupos de André e Reinaldo.
Enquanto Mandetta articula para viabilizar espaço nas eleições de 2022, os adversários repisam que o ex-ministro continua réu por improbidade administrativa no escândalo Gisa, que aponta desvio de R$ 8,2 milhões na saúde de Campo Grande. O inquérito criminal foi encaminhado há mais de ano para a Justiça eleitoral sul-mato-grossense.