O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, voltou a ganhar os holofotes nesta quinta-feira (28) após alertar para o risco de “megaepidemia” em 60 dias no Brasil em decorrência da variante do coronavírus em Manaus. O alerta foi feito em entrevista no Manhanttan Connection, da TV Cultura.
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A previsão do ex-ministro deve causar ainda mais apreensão em parte da sociedade e também críticas dos aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se transformou no principal adversário do democrata. O ex-titular da saúde ficou famoso por profetizar diferentes números da pandemia no Brasil.
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Até o momento, a covid-19 contaminou 9 milhões de brasileiros e causou 220.237 mortes no País. Ao avaliar a pandemia no País, Mandetta alertou para a variante do vírus encontrado em Manaus, capital do Amazonas, que teria taxa de transmissão maior. “Hoje nós temos quatro grandes crises sanitárias. E entrando a quinta crise que é essa história, dessa cepa, dessa variante de Manaus, que o mundo inteiro está fechando os voos para o Brasil”, começou.
Em seguida, o ex-ministro previu o pior. “E o Brasil, não só (está) aberto normalmente, como está retirando paciente de Manaus e mandando para Goiás, mandando para a Bahia, mandando para outros lugares sem fazer os bloqueios de biossegurança”, avaliou.
“Provavelmente, a gente vai plantar essa cepa em todos os territórios da federação e daqui a 60 dias a gente pode ter uma megaepidemia”, previu. Conforme Mandetta, o colapso de Manaus poderá se repetir em todas as regiões brasileiras devido a nova variante. Isso porque haverá nova explosão de casos, ainda maior que a segunda onda.
De acordo com o Uol, as quatro crises citadas pelo ex-ministro da Saúde na entrevista foram:
- A sabotagem do presidente Jair Bolsonaro ao sistema de prevenção;
- A defesa do uso da cloroquina que “contaminou a política de tratamento”;
- Pouco alcance da testagem;
- O discurso desestimulante de Bolsonaro ao uso da vacina.
A cepa foi identificada no dia 9 de janeiro em viajantes que chegaram ao Japão após passagem pelo Amazonas. A variante já foi identificada em São Paulo e nos Estados Unidos, Alemanha e Itália. Vários países passaram a vetar voos do Brasil para evitar a disseminação da variante mais transmissível do coronavírus.
Em Mato Grosso do Sul, o primeiro paciente com a nova variante pode estar em Corumbá. O caso ainda está em estudo e não foi confirmado pela Secretaria Estadual de Saúde.
Mandetta ressurgiu após ser um dos alvos do polêmico discurso do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, desembargador Carlos Eduardo Contar. O magistrado chamou de “covarde” e “picarete” quem defendeu o “fique em casa”. Ele também criticou quem recomendou que contaminados com sintomas leves não procurassem as unidades de saúde. As frases foram repetidas a exaustão quando Mandetta comandou o Ministério da Saúde até abril do ano passado.