A senadora Simone Tebet (MDB) aposta na mobilização fora do Congresso para aumentar a pressão e reverter votos de senadores na disputa pela presidência do Senado. A emedebista quer repetir o movimento “Renan, não!”, realizado há dois anos. No entanto, só que neste ano, ela conta com o apoio do senador Renan Calheiros (MDB), de Alagoas.
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Contando com 33 dos 41 votos necessários para ser eleita presidente do Senado, Simone aposta na mobilização nas redes sociais e na mobilização da sociedade para derrotar Rodrigo Pacheco (DEM), de Minas Gerais. Favorito, o democrata conta com o aval dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), e da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
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Para repetir o movimento contra Renan Calheiros, a senadora conta com grupo de 22 pessoas, entre especialistas em comunicação e integrantes de base do MDB, para reforçar a sua imagem de combativa, independente e equilibrada.
“Nós vamos nas redes sociais de outros senadores, nós os marcamos nas nossas postagens para tentar mostrar que estamos diante de um marco histórico. O Senado pode ter pela primeira vez em sua história uma mulher presidente”, explicou Marijane Grande, uma das lideranças do MDB Mulher em São Paulo.
O senador Tasso Jereissati (PSDB) comparou a sul-mato-grossense a deputada Nancy Pelosi, a democrata de 80 anos eleita presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. Ela se destacou como principal líder de oposição ao ex-presidente Donald Trump.
Nas redes sociais, a candidata não tem a unanimidade do movimento contra Renan em 2019. Lied Lieden Carvalho Leite afirmou que a senadora “resgatará a imagem do nosso Senado”. “Simone é a verdadeira candidata do bolsonarismo no Senado”, postou Ricardo Pereira.
Outros detonam a emedebista. “Fiquem de olho nos senadores que estão apoiando Simone Tebet. Esse povo está contra o Brasil”, alertou Armanda, seguidora de Bolsonaro. “Não é confiável. Votei nela. Nunca mais”, tuitou o sul-mato-grossense Luiz Godoy. “Corrupção do MDB do Temer, Renan, Sarney e Simone Tebet mata”, postou outro.
O senador Jorge Kajuru (Cidadania), de Goiás, é um dos quatro candidatos a presidente do Senado. No entanto, ele anunciou publicamente que votará em Simone. A candidatura é para marcar posição e garantir o discurso contra a corrupção.
O 4º candidato é Major Olímpio (PSL), de São Paulo. Por causa da sua candidatura, a senadora Soraya Thronicke (PSL), ainda não definiu em quem votará na segunda-feira. A eleição ocorrerá a partir das 14h.
Aliás, o voto feminino é um dos principais alvos de Simone para se firmar como zebra e superar o favoritismo de Pacheco. Das 12 senadoras, ela conta com o voto de seis. Cinco sinalizaram votar no democrata.
Aliados de Pacheco contam 47 votos, mas dão como certo 44, número suficiente para vencer a disputa. Simone tem cinco dias para reverter o placar e repetir a trajetória do pai, senador Ramez Tebet (MDB), que presidiu o Senado Federal de 2001 a 2003.