O prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), decidiu manter a família na prefeitura e estilo polêmico no segundo mandato. Em desafio à Justiça, ele nomeou o irmão, Eduardo Aguilar Iunes, como secretário municipal de Governo. Já a esposa, Amanda Cristiane Balancieri Iunes, investigada pela Polícia Federal, continua como secretária de Assistência Social e Cidadania.
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O tucano também manteve Ricardo Campos Ametlla no primeiro escalão, mas em outra função. Investigado pela PF na Operação Offset, junto com outro irmão do chefe do Poder Executivo, Márcio Aguilar Iunes, ele foi nomeado para comandar a Secretaria Municipal de Planejamento e Projetos Estratégicos. Até o ano passado, ele era secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos.
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Reeleito com mais de 40% dos votos, mesmo após ser alvo de três operações de combate à corrupção da PF, Iunes demonstrou não estar nem aí para manter a aparência e os princípios republicanos.
No início de dezembro do ano passado, há pouco mais de um mês, a juíza Luiza Vieira Sá de Figueiredo, da Vara de Fazenda Pública e de Registro Público de Corumbá, determinou a demissão de Eduardo Iunes da presidência da junta administrativa da Santa Casa de Corumbá. Além dele, o cunhado de Marcelo, Eduardo Alencar Batista, também foi exonerado do cargo de assessor do município.
Reempossado para o segundo mandato, Iunes decidiu ignorar a liminar da Justiça e nomeou o irmão como secretário municipal de Governo, um dos principais cargos do primeiro escalão e responsável por toda a articulação do município.
Alvo de operação sigilosa da PF a cinco dias do primeiro turno das eleições, Amanda Balancieri Iunes foi nomeada para comandar a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania. Quando recebeu a visita dos policiais federais para tomar café em novembro, a primeira-dama da cidade era secretária de Cidadania e Políticas Públicas.
Com a reforma realizada no final do ano passado, logo após a eleição, que levou à demissão de 290 funcionários, o tucano fundiu as secretarias de Assistência Social e Direitos Humanos e da Cidadania. A pasta era comandada pela sua cunhada Glaucia Antônia Fonseca dos Santos Iunes, mais uma parente agraciada com boquinha na prefeitura corumbaense. Por enquanto, ela não foi renomeada.
Além de ignorar a Justiça, o prefeito fez pouco caso da crise causada pela pandemia da covid-19 para eleva os salários do primeiro escalão. O salário de secretário municipal passou a ser de R$ 16.250 neste ano. Iunes já recebe um dos maiores salários pagos a prefeito de Mato Grosso do Sul.