Reinaldo Azambuja (PSDB) vai trair os servidores do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian caso repasse a instituição para a iniciativa privada. Esta é a análise do ex-presidente e atual tesoureiro do Sintss (Sindicato dos Trabalhadores da Seguridade Social), Ricardo Bueno. Ele lembrou que o governador prometeu que jamais repassaria a gestão do segundo maior hospital o Estado para uma organização social.
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“O sentimento é de traição do governador Azambuja”, lamentou Bueno, ao ficar sabendo da proposta de terceirizar o HR. A licitação só não foi lançada em decorrência da pandemia da covid-19. A Secretaria Estadual de Saúde confirmou o projeto, mas destacou que foi adiado por tempo indeterminado.
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De acordo com o sindicalista, na campanha a governador em 2014 e pela reeleição em 2018, Reinaldo sempre classificou como boato a proposta de pôr uma OS para gerir o Regional. “Ele falava que era conversa fiada”, relembra Bueno.
Durante reunião com os funcionários do HR na Toca da Onça, organização não-governamental fundada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Corrêa (PSDB), o governador fez a promessa de que iria administrar o hospital e jamais o repassaria à iniciativa privada.
No mesmo encontro, a deputada federal Rose Modesto (PSDB), apresentou-se como “madrinha” da instituição para evitar a terceirização. Aliás, na campanha da tucana para prefeita de Campo Grande em 2016, quando ela disputou o segundo turno com Marquinhos Trad (PSD), Reinaldo chegou a gravar para o programa eleitoral garantindo que jamais colocaria OS para administrar o Hospital Regional.
Para o diretor do Sintss, Reinaldo não está honrando a memória do pai, seu Roberto, porque não deverá cumprir a promessa de campanha. “Ele dizia que não era obrigado a prometer, porque o pai ensinou que quando fazia promessa, tinha que cumprir”, lamentou Bueno.
O sindicalista ressaltou o papel do HR como referência no combate à covid-19. Após a recusa de outros hospitais, a instituição acabou se dedicando integralmente ao tratamento dos doentes contaminados pelo coronavírus. “É um absurdo porque o hospital foi o único que acolheu 100% a luta contra a covid-19”, ressaltou.
Considerado joia no programa de privatização da saúde do tucano, o HR poderá garantir faturamento de R$ 1,7 bilhão ao vencedor da licitação. Na prática, o grupo se transforma em um gigante e ganha musculatura para alçar voos maiores em outros estados brasileiros. O favorito para ficar com a gestão do HR é o Instituto Acqua, que comanda o Hospital Regional de Ponta Porã, e é investigado pelo Ministério Público em várias cidades brasileiras.
A terceirização da gestão do HR é apontada como a principal medida estudada por Geraldo Resende, secretário estadual de Saúde, para reduzir o custeio da instituição. Ele considera muito alto o investimento de R$ 30 milhões por mês na unidade inaugurada em 1997. Para o tucano, a saúde é considerada um gasto e não investimento.