Apesar da pandemia da covid-19 e do Senado realizar sessões remotas desde março, o senador Nelsinho Trad (PSD) ampliou em 8% os gastos com a cota parlamentar e contratou mais assessores em 2020. Conforme o Portal da Transparência, o ex-prefeito da Capital torrou R$ 439,9 mil no ano passado, contra R$ 249,7 mil de Soraya Thronicke (PSL) e R$ 169 mil de Simone Tebet (MDB).
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Ele ficou longe de seguir o exemplo do irmão, o deputado federal Fábio Trad (PSD), que reduziu a utilização da cota parlamentar em 83% no ano passado, de R$ 324,5 mil para R$ 55 mil. Além disso, Nelsinho bateu o deputado Dagoberto Nogueira (PDT), que gastou R$ 411,3 mil do valor para as atividades de apoio ao mandato parlamentar.
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No total, o valor gasto pelo senador do PSD caiu apenas 1,33% entre 2019 e 2020, de R$ 445,9 mil para R$ 439,9 mil. Só o valor destinado à cota parlamentar, Nelsinho elevou em 8% no ano passado, de R$ 361,8 mil para R$ 391 mil, de acordo com o Portal da Transparência do Senado. A maior parte do desembolso, de R$ 310,3 mil, foi destinado para comunicação e marketing digital, feito pela Home Mix Produções, que recebeu entre R$ 12 mil e R$ 33 mil por mês no ano passado.
Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, ele reduziu em 41,8% o valor extra cota, que inclui diárias, passagens áreas e correios. No ano passado, Nelsinho utilizou R$ 48,9 mil, contra R$ 84 mil em 2019. O maior gasto foi decorrente do pagamento de diárias, que somaram R$ 34,7 mil.
O Portal da Transparência também informou que houve aumento de 6,4% no número de funcionários contratados pelo Senado para atender Nelsinho. No ano passado, ele contou com 66 servidores, contra 62 em 2019.
Soraya reduziu em 9,7% o gasto total no ano passado. Conforme o Portal da Transparência, a senadora gastou R$ 249,7 mil em 2020, contra R$ 276,7 mil em 2019. A maior redução ocorreu no desembolso extra cota, que teve queda de 91%, de R$ 28,2 mil para R$ 2,4 mil.
Já o total gasto com a cota parlamentar de Soraya teve redução de 0,47%, de R$ 248,5 mil para R$ 247,3 mil. O maior valor foi destinado para aluguel de imóvel para escritório político (R$ 65,6 mil). O segundo foi de apoio para a atividade parlamentar (R$ 60,8 mil). A maior beneficiada foi a Pilote – Geswtão e Inovação, que recebeu de R$ 7,4 mil a R$ 9,6 mil em sete dos 12 meses do ano passado.
Confira o gasto total de cada senador (a)
Senador | 2020 | 2019 | Variação |
Nelsinho Trad (PSD) | 439.965,58 | 445.921,06 | -1,33% |
Soraya Thronicke (PSL) | 249.785,93 | 276.772,50 | -9,70% |
Simone Tebet (MDB) | 169.029,14 | 200.838,56 | -15,83% |
Portal da Transparência |
O menor gasto foi de Simone, que está na disputa para ser a candidata a presidente do Senado pelo MDB. Ela reduziu o gasto total em 15,83%, de R$ 200,8 mil para R$ 169 mil. O valor gasto da cota parlamentar teve redução de 25,6%, de R$ 160,5 mil para R$ 119,3 mil. O maior desembolso ocorreu com aluguel de imóvel para escritório político (R$ 78,5 mil).
Simone elevou em 12,9% o gasto extra cota, que passou de R$ 40,3 mil, em 2019, para R$ 49,6 mil no ano passado. O maior valor foi destinado para os Correios (R$ 45,5 mil), segundo informações do portal do Senado.
As senadoras reduziram o número de funcionários no primeiro ano da pandemia da covid-19, quando as atividades estavam restritas e com as sessões sendo realizadas de forma remota. Soraya reduziu o quadro de 26 para 23 funcionários, enquanto Simone, de 22 para 21 assessores.
Os três senadores sul-mato-grossenses usaram o imóvel funcional no ano passado e não recorreram ao polêmico auxílio moradia.