As denúncias de corrupção não abalaram a popularidade de Reinaldo Azambuja (PSDB) em Mato Grosso do Sul, pelo menos segundo o Instituto Ranking. De acordo com pesquisa com 1,7 mil eleitores entre os dias 7 e 13 deste mês em 20 cidades, 38,29% dos eleitores avaliaram a gestão do tucano como ótima ou boa, enquanto 21,7% classificam como ruim ou péssimo
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Este é o primeiro levantamento no Estado após o Ministério Público Federal denunciar o governador por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e chefiar organização criminosa ao Superior Tribunal de Justiça. Conforme a Polícia Federal, Reinaldo recebeu R$ 67,791 milhões em propinas da JBS em troca de incentivos fiscais. O suposto esquema criminoso causou prejuízo de R$ 209,7 milhões aos cofres estaduais.
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Também houve a deflagração da Operação Motor de Lama, denominação da 7ª fase da Lama Asfáltica, que mirou o filho do governador, o advogado Rodrigo Souza e Silva. Ele é investigado pela Polícia Federal por receber propina para beneficiar empresas em contratos firmados pelo Detran nas áreas de vistoria e CNH. Ele nega as acusações.
A situação foi tão complicada a ponto de, durante a campanha eleitoral, Reinaldo pedir licença de uma semana. Ele praticamente sumiu do palanque dos tucanos e de partidos aliados. O PSDB encolheu drasticamente em Campo Grande, passando de oito para três vereadores, e perdeu dez prefeituras no interior.
Contudo, a popularidade do governador não teve abalo significativo, conforme o instituto. De acordo com o Ranking, 38,29% dos sul-mato-grossenses avaliam a gestão de Reinaldo como ótima ou boa. Em novembro do ano passado, esse índice dera de 39,16%.
Para 35,65% dos eleitores, a administração tucana é considerada regular. No ano passado, esse índice era de 32,06%. Já para 21,7%, o tucano foi considerado como ruim ou péssimo. Pouco acima dos 18,20% registrados em novembro de 2019.
Na prática, caso o levantamento tenha captado o real sentimento do eleitorado, Reinaldo passa a ter chances reais de ser eleito senador nas eleições de 2022. Ele cogita a vaga de Simone Tebet (MDB) para manter o foro privilegiado e não repetir os erros dos antecessores, que passaram a ter mais problemas com a Justiça após deixar o cargo.
Zeca do PT passou a ser assombrado pelo escândalo de publicidade. Após ser alvo de uma enxurrada de ações, o petista não só conseguiu provar a inocência, que acabou ganhando indenização na Justiça.
Já André Puccinelli (MDB) passou a ser alvo da Operação Lama Asfáltica e acabou parando duas vezes atrás das grades. Sem o foro especial, o emedebista chegou a dividir a cela com o filho, o advogado André Puccinelli Júnior, por cinco meses em 2018.
Reinaldo se tornou alvo da Polícia Federal ainda no primeiro mandato ao ver a casa e o gabinete vasculhados pela PF na Operação Vostok em 12 de setembro de 2018. Ele acabou reeleito no segundo turno com mais de 670 mil votos.
Na prática, denúncias de corrupção não desgastam os políticos no Estado. Neste ano, alvo de duas operações de combate à corrupção da PF, o prefeito de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), foi reeleito com mais de 40% dos votos.
O mesmo ocorreu em Aral Moreira, apesar do atual prefeito, Alexandrino Garcia, também do PSDB, ter sido condenado por tráfico internacional de drogas. Ele teve a sentença mantida até pelo STJ, mas recorreu. O tucano corre o risco de cumprir expediente na prefeitura de dia e passar a noite no presídio caso não consiga anular a sentença no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.