Nove políticos fracassaram nas eleições deste ano em Campo Grande e não conseguiram sair do ostracismo ao não conseguir nem se eleger vereador. Após ser paparicado por presidente da República quando foi deputado federal em Brasília, Elizeu Dionizio (MDB) não teve votos nem para retornar à Câmara Municipal ao obter 1.410 votos.
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Sem a vitrine dos programas popularescos de televisão, Magali Picarelli (MDB) perdeu a 3ª eleição consecutiva. Sem o apoio do mandato de deputado estadual, já que o marido, Maurício Picarelli, também não conseguiu se reeleger em 2018, ela pagou vexame nesta eleição ao obter apenas 494 votos. O número representa 10% da votação obtida em 2008, quando se reelegeu para o 4º mandato com o apoio 6,5 mil eleitores.
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Magali teve desgaste com a operação para combater fraudes e desvios nos contratos firmados pelo município com a Omep e Seleta. Ela virou réu por usar os recursos da assistência social, destinado à manutenção das escolas de educação infantil, para pagar salários para as noras.
Outro emedebista com dificuldade para conquistar o povo é o ex-deputado Ivan de Almeida, o Coronel Ivan. Comandante da Polícia Militar na gestão de Zeca do PT, ele foi deputado estadual por um mandato ao ser eleito em 2006 pelo PSB. Desde então, nos últimos 14 anos, o militar perdeu quatro eleições e esteve filiado ao PEN, PDT e PRTB. Neste ano, Coronel Ivan conseguiu apenas 614 votos, uma ninharia diante dos 11.980 obtidos quando conquistou o único mandato na Assembleia Legislativa.
Elizeu Dionizio também apostou no MDB para reconstruir a carreira política após o fracasso de 2018, quando obteve 37.073 votos, mas não conseguiu ser reeleito deputado federal. Em 2014, ele acabou indo para o Congresso Nacional, após obter 39.074 votos, porque Márcio Monteiro se licenciou para assumir a Secretaria Estadual de Fazenda e depois renunciou para assumir a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas.
Filho do Pastor Antônio Dionizio, da Assembleia de Deus Missões, ele entrou na política como vereador em 2012, ao ganhar com 5.983 votos. Opositor ferrenho de Alcides Bernal (Progressistas), ele ganhou o protagonismo ao ser o relator da CPI do Calote, que deu base à instalação da Comissão Processante e cassação do mandato do prefeito.
O auge da curta carreira ocorreu em 2017, quando houve a divulgação da delação premiada da JBS. Na ocasião, Michel Temer (MDB) foi acusado de comprar o silêncio de Eduardo Cunha (MDB) e receber R$ 500 mil por mês em propina. Dionizio protocolou o pedido de impeachment do presidente. No entanto, após ser recebido por Temer no Palácio do Planalto, ele mudou de ideia e votou duas vezes contra a abertura de processo contra o emedebista no Supremo Tribunal Federal.
Neste período de oito anos, Dionizio foi filiado ao PSL, Solidariedade, PSDB e, por último, MDB. Neste ano, ele obteve 1.410 votos e não conseguiu nem garantir uma vaga de vereador na Capital. A situação do ex-deputado ficou pior após ele romper com o pai. Envolvido no escândalo da tapinha na bunda de uma fiel, o pastor decidiu apoiar a reeleição de Júnior Longo (PSDB), que também sucumbiu nas urnas deste ano.
Valor gasto e a quantidade de votos dos ex
Candidato | Gasto | Votos |
Carla Stephanini (PSD) | 114.624,13 | 2.454 |
Elizeu Dionizio (MDB) | 90.341,00 | 1.410 |
Luiza Ribeiro (PT) | 87.224,60 | 2.030 |
Ribeiro (Pode) | 58.139,81 | 1.826 |
Magali Picarelli (MDB) | 45.255,00 | 494 |
Renato Gomes (MDB) | 32.355,00 | 1.163 |
João Bosco de Medeiros (SD) | 29.587,90 | 977 |
Coronel Ivan (MDB) | 7.450,00 | 614 |
Luiz Ojeda (PSB) | 5.000,00 | 47 |
A ex-vereadora Carla Stephanini já fez um péssimo negócio ao trocar o MDB pelo PSD. Em 2012, como emedebista, ela conseguiu um mandato no legislativo municipal com 5.938 votos. Em 2014, como candidata a deputada federal, ainda emedebista e com as benções do ex-governador André Puccinelli (MDB), ela ficou de suplente de deputada após conquistar 15.505 votos. Carla virou deputada por um mês após Carlos Marun renunciar para assumir o conselho da Itaipu.
Neste ano, com o apoio do prefeito Marquinhos Trad, da qual foi subsecretaria da Mulher, ela obteve 2.454 votos. Como a legenda ficou pesada, acabou ficando de fora da Câmara. Mais sorte teve a vereadora Dharleng Campos, que trocou o Progressistas pelo MDB, para se tornar a queridinha de Puccinelli e obter a reeleição com apenas 1.782 votos. No entanto, a vitória ainda depende do julgamento do recurso de Delei Pinheiro (PSD).
Vereadora por um mandato, após ganhar com 3.322 votos em 2012, Luiza Ribeiro não conseguiu se reeleger em 2016, apesar do bom relacionamento com o então prefeito Alcides Bernal. Nesta eleição, ele trocou o Cidadania (antigo PPS, que já foi PCB) pelo PT. Mesmo conseguindo 2.030 votos, ela acabou perdendo pela segunda vez.
Luiza se filiou justamente no partido que mais criticou pelas acusações de corrupção no passado. Durante o mandato de vereadora, ela era famosa por engrossar, sem dó, as críticas feitas contra a então presidente da República, Dilma Rousseff, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao trocar de lado, quase foi, mas acabou ficando de fora por causa do quociente eleitoral.
Outro famoso nas urnas é o empresário Clemêncio Ribeiro, dono da loja de bicicletas Ciclo Ribeiro. Ele concorreu nas últimas sete eleições, mas acabou sendo eleito vereador por três mandatos consecutivos. Ribeiro, como é mais conhecido, rodou por uma penca de partidos, como MDB, PT, PRTB, PP, PSD e, pelo atual, Podemos.
Ele obteve 1.826 votos nesta eleição. Há oito anos, em 2012, quando não conseguiu se reeleger, ele ficou com 4.632 votos. Ele também colecionou derrotas nas últimas quatro eleições.
A lista dos ex-vereadores, que não conseguem voltar, é completada por João Bosco de Medeiros (SD), um mandato de 1989-92, Renato Gomes (MDB), dois mandatos de 1989-96, e Luiz Ojeda (PSB), de 1997-2000. O pior desempenho ficou para Ojeda, que obteve apenas 47 votos nas eleições deste ano.