Filho de delegado da Polícia Civil e de uma família de três irmãos militares, o coronel Alirio Villassanti Romero (PSL) elegeu-se vereador de Campo Grande com 1.954 votos ao disputar a segunda eleição. Apesar de ter decidido entrar na política em decorrência da indignação com as denúncias de corrupção que assolam o País, como integrante declarado da famosa bancada da bala, ele promete “ser combativo” na Câmara Municipal a partir de 2021, mas “sem fazer denuncismo”.
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Presidente da Associação dos Oficiais da Polícia Militar, ele se aposentou no ano passado após 32 anos na corporação. Natural de Porto Murtinho, ele passou a juventude em Guia Lopes da Laguna. O pai, Máximo Romero, foi sargento do Exército e delegado da Polícia Civil na região sudoeste, onde acabou sendo homenageado com ao denominar dois prédios públicos, o Ginásio de Esportes em Guia Lopes e o presídio em Jardim.
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Após passar por vários municípios, ele teve atuação marcante como comandante da Companhia de Polícia de Trânsito (hoje Batalhão de Trânsito) na Capital, onde realizou campanhas para a redução de acidentes no trânsito e bancou o programa de respeito à faixa de pedestre em 2010.
Ainda na função, conforme o vereador eleito, ele ajudou a implantar o Gabinete de Gestão Integrada no Trânsito, que reuniu autoridades de todas as áreas para discutir ações para reduzir em 50% o número de mortes no trânsito. Alirio diz que a meta quase foi atingida ao reduzir o número de óbitos de 132 para 70.
Como representante dos oficiais da PM, ele acabou se tornando mais um a responder as sindicâncias abertas na gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB). A primeira foi por participar da manifestação do Fórum dos Servidores em frente a Governadoria, onde falou, em alto e bom som, que o tucano não tinha cumprido os compromissos de campanha. O procedimento foi arquivado sem punição.
A segunda foi decorrente de um momento de indignação contra o suicídio de policiais militares. No momento da emoção, após a morte do tenente-coronel Oéliton Santana de Figueiredo, 44 anos, que teria se suicidado, ele cobrou o afastamento do então secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, e do então comandante da PM, coronel Waldir Ribeiro Acosta. O procedimento ainda não foi concluído.
Isso significa que Villasanti é o segundo desafeto do governador Reinaldo Azambuja a ter sucesso nas urnas na Capital. O vereador mais votado, Tiago Henrique Vargas (PSD), foi demitido pelo governador em julho deste ano. Ele é famoso por criticar corruptos e Reinaldo.
Como presidente da AOFPM, o coronel foi um dos autores da ação na Justiça que melou a proposta de transformar a Guarda Civil Metropolitana em Polícia militar. Agora, ele defende projeto de lei em tramitação no Congresso Nacional, que unifica as polícias judiciária (só investiga) e militar (de prevenção). A proposta inclui os guardas municipais no sistema nacional de segurança pública. “É o ciclo completo da polícia”, explica.
Casado, pai de um casal de filhos, Alirio Villasanti se define como cristão, conservador, defensor da família e da segurança pública. Ele promete atuar, como vereador, fortemente na saúde e na segurança.
“Vou fiscalizar o executivo de forma responsável e aplaudir o que for bom”, define, sobre o mandato no legislativo municipal. O coronel pretende ser combativo, mas sem fazer denúncias de forma irresponsável e somente com o objetivo de desgastar o eventual adversário.
A indignação com a corrupção levou o coronel a ingressar na política. Na primeira tentativa, em 2018, como candidato a deputado estadual, ele obteve 6.005 votos pelo PHS e ficou como primeiro suplente de João Henrique Catan (PL).
Na segunda tentativa, ele contou com o apoio do deputado estadual Capitão Contar (PSL). Apesar de se identificar com os valores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o candidato não apostou muito na ligação com o chefe do Executivo federal nas redes sociais.
Aliás, como integrante do PSL, que começou a campanha com guerra aberta entre o deputado federal Loester Trutis e o vereador Vinicius Siqueira, ele promete uma relação de paz com todos. “Sou homem do diálogo”, ressaltou.