A 2ª onda da pandemia da covid-19 chegou com força total e já assusta autoridades de saúde e a população de Mato Grosso do Sul. A situação é considerada gravíssima em Campo Grande, epicentro da nova fase, que está com 96% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva ocupados e registra a explosão no número de casos.
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De acordo com boletim divulgado neste sábado (28) pela Secretaria Estadual de Saúde, dos 1.884 casos novos no Estado, 1.178 (62%) foram confirmados na Capital. O agravamento da situação indica que apenas o toque de recolher a partir da meia-noite pode não ser suficiente para conter o coronavírus.
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Campo Grande já contabiliza 44.749 vítimas e 763 mortes causadas pela doença, conforme o boletim deste sábado. No Estado, são 97.605 casos confirmados e 1.757 óbitos. Apesar de ter uma população três vezes maior, a título de comparação, o Paraguai tem sido mais eficiente no controle da doença até o momento, com 80.436 casos e 1.720 mortes.
Um exemplo para MS pode ser considerado o Uruguai, que possui população equivalente. Apesar de ter 3,4 milhões de habitantes, o país contabiliza apenas 74 mortes e 5.303 casos da covid-19. Campo Grande, com 906 mil moradores, tem quase dez vezes mais casos e mortes.
De acordo com o sistema de monitoramento de leitos da Secretaria Estadual de Saúde, dos 466 leitos de UTI na Capital, 448 (96,13%) estão ocupados. O boletim da Unimed informou que 100% das vagas de UTI destinados para a covid-19 e outras doenças estavam ocupados ontem. O Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian informou que apenas seis dos 90 leitos de UTI estavam disponíveis ontem.
A situação de tragédia anunciada levou o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, emitir um segundo alertar aos moradores de Campo Grande. Em apelo dramático, ele pediu que a população antecipe o toque de recolher, por conta própria, para as 21h. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) decretou o recolhimento obrigatório a partir da meia-noite.
“É nossa responsabilidade, informar que a semana epidemiológica 47 que começou no 15 de novembro, apresentou um aumento expressivo do número de casos SRAG/COVID em Campo Grande, aumento que continuou ao longo desta semana à 48. Houve também um aumento expressivo nos casos de isolamento domiciliar, ou seja, pessoas suspeitas e/ou confirmadas que precisam estar isoladas de outras pessoas, bem como, o dobro do número de internações no Estado de Mato Grosso do Sul. Já estamos com superlotações nos hospitais da Capital”, enfatizou.
Nesta sexta-feira, a situação de calamidade levou o Ministério Público Estadual a cobrar, em regime de urgência, fiscalização da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) para cobrar as medidas de biossegurança. A situação deve piorar com a promoção do comércio neste fim de semana e o pagamento de salário e 13º pelo Governo do Estado.
Apesar da taxa de ocupação de UTI superar 90%, até o momento não houve manifestação das autoridades e órgãos, como MPE e Defensoria Pública, para cobrar medidas mais efetivas para conter a doença na Capital. Em agosto, quando a taxa de ocupação superou 80%, a Defensoria chegou a ingressar com ação na Justiça para cobrar lokdown.
O Governo do Estado tem se limitado a fazer os alertas, por meio de Geraldo Resende, que enfatizou a doação das seguintes medidas em caráter de urgência:
Obrigatoriedade do uso de máscara;
- Medidas de higiene;
- Evitar aglomerações, saídas de casas e contatos desnecessárias;
- Permanecer em casa, no período das 21h às 5h, sem mobilidade urbana.