Alvo da Operação Enterprise, que bloqueou R$ 1 bilhão e é considerada a maior ofensiva da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas, o major aposentado da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, recebe R$ 11.305,64 por mês. Ele já foi condenado duas vezes por tráfico, sendo a última a 15 anos, três meses e 21 dias.
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De acordo com o colunista Josmar Jozino, do portal Uol (veja aqui), a PF suspeita que Carvalho esteja em Portugal e integra a organização criminosa responsável pelo envio de mais de 50 toneladas de cocaína para o exterior por meio de portos. O ex-militar pode ser o dono dos 11 milhões de euros – equivalente a R$ 70 milhões de reais – localizados dentro de uma van em Lisboa.
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Com autorização da 14ª Vara Federal de Curitiba (PR), a PF cumpriu, nesta segunda-feira (23), 161 mandados de busca e apreensão e 66 de prisão em 10 estados, inclusive Mato Grosso do Sul, e Espanha, Portugal, Colômbia e Emirados Árabes Unidos. A Justiça determinou o sequestro de R$ 1 bilhão em bens e contas bancárias dos integrantes da organização criminosa. Entre os bens sequestrados estão 37 aeronaves, inclusive um avião avaliado em R$ 20 milhões.
Carvalho chegou a ter cargos importantes na Polícia Militar e foi comandante da Companhia Independente de Trânsito de Campo Grande, atual Batalhão de Trânsito. Ele foi preso pela primeira vez em 1997, quando a polícia apreendeu 237 quilos de cocaína em um avião em Rio Verde do Mato Grosso
Por este crime, ele foi condenado pela primeira vez a 15 anos de reclusão. Após cumprir a pena e no regime semiaberto, em 2007, ele foi alvo da Operação Xeque Mate, da Polícia Federal, que o acusou de ser chefe de uma das cinco organizações criminosas criadas para explorar os caça-níqueis em Campo Grande.
Dois anos depois, em 2009, o ex-major foi preso na Operação Las Vegas, também voltada para combater a jogatina. Ele ficou preso até 2013. Solto há sete anos, Carvalho foi condenado por tráfico internacional de drogas pela segunda vez em julho do ano passado.
Conforme sentença publicada em julho de 2019 pelo juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira, da 3ª Vara Federal de Campo Grande, major Carvalho foi condenado a 15 anos, três meses e 21 dias em regime fechado por usar laranjas e empresas de fachada para movimentar R$ 60 milhões entre 2002 e 2007.
O magistrado não o condenou por falta de provas da acusação de que falsificou procuração para receber R$ 3,9 milhões do inventário de um usineiro de Mato Grosso do Sul. Ele pode recorrer da sentença em liberdade.
Aos 62 anos de idade, agora, Carvalho é acusado de continuar no tráfico internacional de drogas, integrante o esquema de envio de cocaína por meio de portos brasileiros para a Europa.
Um dos pilotos presos na Operação Enterprise, Silvio Berri Júnior é acusado de integrar o esquema do major, conforme o colunista do Uol.
Apesar de ter sido expulso da PM, major Carvalho, como ficou conhecido, ainda receber aposentadoria paga pelo Governo do Estado. De acordo com o Portal da Transparência, em outubro deste ano, ele recebeu R$ 11.105,64 e mais o abono de R$ 200.
A defesa do acusado não foi localizada para se manifestar sobre a nova suspeita da PF. Ele está na lista da Interpol e não teria sido localizado até hoje.
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