O psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro, que fez laudo psiquiatra de Adélio Bispo de Oliveira, foi contratado pela defesa para acompanhar a perícia sobre a insanidade mental do pecuarista Jamil Name, 81 anos. Acusado de chefiar grupo de extermínio, réu por três homicídios e alvo de nove ações criminais, o octogenário pode estar com a síndrome do Delirium, suspeita o perito paulista.
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O deputado estadual Jamilson Name (sem partido) solicitou a instauração do procedimento de insanidade mental após o pai oferecer até R$ 600 milhões para ministro tirá-lo da cadeia e ameaçar de morte um agente do Garras. Ambas as manifestações ocorreram na frente do juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal, e comprometeram toda a estratégia da defesa de livrá-lo da cadeia.
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Preso desde 27 de setembro de 2019 na Operação Omertà, Name está na Penitenciária Federal de Mossoró (RN). O juiz Mário José Esbalqueiro Júnior, da Vara de Execução Penal, determinou a permanência do poderoso empresário no sistema federal por mais três anos. Devido à periculosidade, poder bélico e financeiro da suposta organização criminosa, o MPE alega que não há outro meio de garantir a ordem pública.
De acordo com os advogados Tiago Bunning e Renê Siufi, o psiquiatra suspeita que Jamil Name sofre da síndrome de Delirium, uma doença com alta taxa de mortalidade e que acarreta, principalmente, pessoas com mais de 60 anos. O surgimento está ligado a hipertensão maligna, diabete descompassada e eventos trombóticos cerebrais.
A defesa contratou o psiquiatra paulista Hewdy Lobo Ribeiro para acompanhar a perícia no empresário. O renomado profissional ficou famoso no ano passado ao realizar a perícia em Adélio Bispo de Oliveira, preso por ter esfaqueado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), quando era candidato em Juiz de Fora (MG) em setembro de 2018.
Ribeiro concluiu que Adélio sofre do transtorno delirante grave. O parecer foi fundamental para a Justiça Federal determinar a internação de Adélio por tempo indeterminado. O laudo causou muita polêmica, porque os seguidores de Bolsonaro e o próprio presidente acreditam que ele foi vítima de um complô da esquerda.
Além do paulista, a defesa contratou o médico Raul Grigoletti, de Dourados, que também é clínico geral e vai acompanhar a realização dos exames. Entre os pedidos dos advogados, a Justiça poderá submeter Name a ressonância magnética do encéfalo, doppler das artérias carótidas e vertebrais e eletroencefalograma.
Caso seja confirmada a insanidade mental, Jamil Name poderá ser considerado inimputável e se livrar de nove ações criminais, que inclui milícia privada, obstrução de investigação, organização criminosa, tráfico de armas, corrupção passiva e ativa e pelas execuções do universitário Matheus Coutinho Xavier, do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão, e do chefe de segurança da Assembleia, Ilson Martins Figueiredo.
A decisão caberá ao juiz Roberto Ferreira Filho.