O que as mulheres, que representam 54% do eleitorado, podem esperar dos candidatos a prefeito de Campo Grande? Em alguns, a partir da leitura dos planos de governo protocolados na Justiça Eleitoral, a resposta é nada. De outros, a criação de uma secretaria só para elas.
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Nas propostas cinco concorrentes ganha força a transformação da Subsecretaria de Políticas para a Mulher em uma secretaria, com orçamento próprio. A criação da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres é defendida por Cris Duarte (Psol), Dagoberto Nogueira (PDT), Marcelo Bluma (PV), Márcio Fernandes (MDB) e Pedro Kemp (PT).
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Márcio Fernandes (MDB) quer reativar o Hospital da Mulher, nas Moreninhas, que está fechado. Já Paulo Matos (PSC) quer criar um novo hospital, destinado ao atendimento de mulheres e crianças.
Marquinhos Trad (PSD) propõe “qualidade de vida” para as campo-grandenses, de forma genérica, assim como Marcelo Miglioli (SD), que pretende reduzir as desigualdades sociais e regionais.
Kemp promete ainda combater todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres. Esacheu Nascimento (Progressistas) defende a ampliação da rede de atendimento às mulheres vítimas de violência.
Há candidato que traz pautas nacionais, caso de Thiago Assad (PCO), que prega mobilização das mulheres contra o governo de extrema direita de Jair Bolsonaro.
Outro ponto de polêmica nacional é o apoio à descriminalização do aborto, que não faz parte do poder decisório do prefeito. “Nem mesmo o democrático direito de dispor sobre o próprio corpo é permitido às mulheres, ao contrário do que ocorre com os homens. Ou seja, a mulher não é proprietária nem de seu corpo”.
Veja as propostas dos planos de governo:
Cris Duarte (PSOL) promete implantar Centros de Referência e Atenção a Mulher em situação de violência em todas as regiões da cidade; criar programa de renda básica que começaria atendendo mulheres e mães; e criar serviço telefônico municipal de orientação a mulheres vítimas de violência.
Dagoberto Nogueira (PDT) terá 50% das secretarias municipais comandadas por mulheres. O candidato também propõe criar sistema de monitoramento de mulheres ameaçadas e que a saúde delas não seja visto apenas do ponto de vista sexual e reprodutivo.
campanhas de prevenção sobre
Delegada Sidnéia Tobias Delegada (Pode) vai realizar campanhas de prevenção sobre uso de álcool e drogas, além de orientação sobre direitos sexuais e reprodutivos. O público-alvo é de adolescentes e jovens mulheres (16 a 21 anos). A candidata promete incorporar a perspectiva de gênero em todos os órgãos governamentais.
Guto Scarpanti (Novo) assegura que vai apoiar o Conselho Municipal da Mulher. Além de estimular a convivência familiar por meio de programas de assistência que busque erradicar a discriminação, especialmente com a finalidade de diminuir a violência contra idosos, crianças e mulheres.
Esacheu Nascimento (PP) propõe ampliar a rede de atendimento e acolhimento à mulher vítima de violência; garantir o combate ao assédio sexual e moral através de campanhas educativas e assegurar a gestão municipal na Casa da Mulher Brasileira.
João Henrique Catan (PL) acena com atendimento humanizado destinado às mulheres e “promover a inclusão social, econômica e política de todos, independentemente da idade, gênero, deficiência, raça, etnia, origem, religião ou condição econômica”.
Márcio Fernandes (MDB) quer a reabertura do Hospital da Mulher nas Moreninhas e implantar um local de acolhimento para vítimas de violência, onde as mulheres poderão ficar por até 15 dias, enquanto resolvem sua situação de moradia.
Marcelo Bluma (PV) promete ampliar as políticas públicas municipais de apoio às garantias da defesa dos direitos das mulheres e de gênero. O candidato também quer promover o fortalecimento das ações desenvolvidas pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher.
Marcelo Miglioli (Solidariedade) promete garantia dos direitos humanos com redução das desigualdades sociais, regionais, étnico-raciais e de gênero. Além da oferta de tratamento das DCNT (Doenças Crônicas Não Transmissíveis), que são a principal causa de morte entre as mulheres.
Marquinhos Trad (PSD) propõe duas medidas: implementar políticas de desenvolvimento social, autonomia e qualidade de vida para as mulheres e ações de combate à violência contra a mulher.
Paulo Matos (PSC) propõe a criação do Hospital Municipal da Mulher e da Criança.
Promotor Sergio Harfouche (Avante) faz apenas uma menção a mulheres no plano de governo num contexto de saúde, mas sem proposta. “A UBS (Unidades Básicas de Saúde) são projetadas para atender a maioria dos problemas de saúde da população desde a criança, a mulher, do adulto até o idoso, em odontologia, bem como o acesso a medicamentos e outros atendimentos primários”.
Pedro Kemp (PT) promete programa de inserção das mulheres no mercado de trabalho e adotar “políticas de combate a todas as formas de discriminação e violências contra mulheres, incluindo o tráfico e a exploração sexual”.