O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Assalto a Banco, Roubos e Sequestros) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagram, nesta quarta-feira (7), a Operação Snow Ball, denominação da 5ª fase da Omertà. Ao apurar a extorsão contra empresário, que perdeu tudo para os Names, a investigação mira o vereador Ademir Santana (PSDB), candidato à reeleição.
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Os policiais foram às ruas para cumprir mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva. Contra o tucano, a operação cumpre mandados na casa e na chácara. Presos na Penitenciária Federal de Mossoró, Jamil Name, 81 anos, e Jamil Name Filho, 43, são alvos de novos mandados de prisão preventiva.
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“Fomos sucateados de corpo e alma”, diz empresário que perdeu tudo e foi expulso por Name
De acordo com o Midiamax, Benevides Cândido, que foi preso na Operação Armagedom, denominação da 3ª fase em 18 de junho deste ano, teria sido preso hoje. Ele estava em liberdade graças a habeas corpus concedido pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
A Operação Snow Ball colhe provas da suposta extorsão contra o empresário José Carlos de Oliveira, que era dono da casa onde foi encontrado o arsenal de guerra em poder do guarda municipal Marcelo Rios. O imóvel estava em nome de Jamil Name.
Em depoimento à Polícia Civil no ano passado, Oliveira contou que perdeu tudo e foi obrigado a deixar o Estado após fazer negócios com Jamil Name Filho. Ele o teria forçado a entregar a casa mediante chantagem. Um dos intermediários no encontro teria sido Santana, que cumpre o primeiro mandato de vereador.
Em vídeo, o empresário afirmou que perdeu R$ 3,9 milhões, patrimônio construído ao longo de quatro décadas, para os supostos chefes do grupo de extermínio. “Fomos sucateados de corpo e alma, patrimonialmente, moralmente e emocionalmente”, contou José Carlos de Oliveira, bastante emocionado. A casa do Monte Líbano teria sido vendida por R$ 850 mil.
A situação do empresário é semelhante aos enredo de filmes de Hollywood. Ele acabou sendo obrigado a entregar tudo para Name após obter empréstimo de R$ 400 mil ao longo de dois anos. Ao virar alvo da investigação, Oliveira teve outro problema, não encontrava advogado disposto a defende-lo, mesmo com os chefes da organização criminosa atrás das grades. Ele passou a ser representado pelo advogado Rhiad Abdulahad.
A 5ª fase da Omertà ocorre 15 dias após a outra, Operação Black Cat, que lacrou cerca de 400 bancas do jogo do bicho na Capital. A 3ª fase chegou a prender o conselheiro Jerson Domingos, do Tribunal de Contas do Estado, o delegado Márcio Obara, que foi titular do Garras e da Delegacia de Homicídios, e o poderosíssimo empresário Fahd Jamil, conhecido como rei da fronteira em Ponta Porã.
Jamil Name e o filho estão presos desde 27 de setembro do ano passado, quando foi deflagrada a Operação Omertà. Eles foram alvos de várias denúncias e podem ir a júri popular pela primeira vez no dia 28 deste mês pela execução do estudante universitário Matheus Coutinho Xavier, 20, que teria sido morto por engano no lugar do pai, o capitão da PM, Paulo Roberto Teixeira Xavier.