A Força-Tarefa do Ministério Público Estadual denunciou os empresários Fahd Jamil, 79 anos, e Jamil Name, 81, como mandantes da execução do sargento Ilson Martins Figueiredo, chefe da segurança da Assembleia Legislativa. A investigação identificou até os intermediários, mas não conseguiu descobrir quem foram os pistoleiros que metralharam o policial militar na manhã de 11 de junho de 2018 na Avenida Guaicurus, em Campo Grande.
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Assinada pelos promotores Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, Moisés Casarotto e Wilson Canci Júnior, a denúncia foi protocolada no dia 4 deste mês e tramita em sigilo na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Geralmente, o juiz Aluizio Pereira dos Santos levanta o sigilo após analisar o processo.
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Foragido há três meses, desde 18 de junho deste ano, quando foi deflagrada a Operação Armagedom, denominação da 3ª fase da Omertà, Fahd Jamil pode virar réu pela primeira vez por homicídio. Ele e o filho, Flávio Correia Jamil Georges, 35, são acusados de chefiar organização criminosa na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai.
Os promotores denunciaram os dois, Jamil Name e Jamil Name Filho, 43, como mandantes da execução. Conforme a denúncia, as duas supostas organizações criminosas se uniram para vingar a morte do filho de Fuad Jamil, Daniel Alvarez Georges, ocorrido em maio de 2011, após desaparecer do maior shopping de Campo Grande.
O MPE denunciou três intermediários do crime: Melcíades Aldano, o Mariscal, 46, o guarda municipal Marcelo Rios, 43, e o ex-guarda municipal Juanil Miranda Lima, 43. Eles teriam contratado os pistoleiros e definido o roteiro da execução. O Garras confirmou que Mariscal refez o trajeto de Figueiredo no dia anterior do crime.
Ilson Martins Figueiredo estaria envolvido na morte de Daniel junto com o empresário Cláudio Rodrigues de Souza, o Meia Água, e Alberto Aparecido Roberto Nogueira, o Betão. O militar foi o último a ser executado.
Meia Água foi metralhado no dia 18 de setembro de 2015 em Jandira, interior de São Paulo. Betão foi executado a tiros e queimado no dia 21 de abril de 2016 em Bela Vista, na fronteira com o Paraguai.
Além da condenação dos sete por homicídio doloso, com os agravantes de motivo torpe e de ter dificultado a defesa da vítima, os promotores querem a reparação dos danos causados pelo assassinato e o pagamento de indenização por danos morais.
Esta é a terceira denúncia formalizada contra o Jamil Name. Ele deverá ir ao primeiro júri popular no dia 28 de outubro deste ano pelo assassinato do estudante universitário Matheus Coutinho Xavier, 20, ocorrido em 9 de abril do ano passado. A defesa recorreu para anular o julgamento, o primeiro o octogenário e do filho.
Ele virou réu pela segunda vez pela execução do empresário Marcel Hernandes Colombo, o Playboy da Mansão, ocorrido em outubro de 2018 em um bar na Avenida Fernando Corrêa da Costa, na Capital. Este caso está na fase das apresentações da defesa prévia.
A morte de Figueiredo, que era responsável pela segurança dos 24 deputados estaduais, é a primeira denúncia por homicídio contra Fahd Jamil, conhecido por décadas com o “rei da fronteira”.
Em 2005, ele foi condenado a 20 anos de prisão por tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro pelo juiz Odilon de Oliveira, da 3ª Vara Federal. Na época, o empresário ficou foragido por mais de dois anos, até obter habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça.
Preso desde 12 de outubro do ano passado no Presídio Federal de Mossoró (RN), Name tem data marcara para retornar a Campo Grande. Em comunicado à Vara de Execução Penal da Capital, o juiz corregedor do presídio, Walter Nunes da Silva Júnior, reafirmou que o prazo do octogenário na unidade termina no dia 5 do próximo mês.
Com respaldo do Supremo Tribunal Federal, que negou habeas corpus pelo placar de 4 a 1, o MPE e o Garras pediram a renovação do período de isolamento do empresário por mais um ano em Mossoró.
Na próxima semana, o juiz Mário José Esbalqueiro Júnior deve comunicar a decisão ao magistrado potiguar e pedir a estadia de Name no Rio Grande do Norte até outubro de 2021.