Perícia particular confirmou a contaminação do lago do Residencial Damha III e da água da região no entorno, que vem causando a mortandade de peixes. O relatório reforça a denúncia feita pela Associação Pátria Brasil, que levou à Justiça a obrigar a concessionária de água a provar o tratamento do esgoto coletado em Campo Grande.
[adrotate group=”3″]
Em nota, a Águas Guariroba nega que a contaminação seja causada pelo esgoto. “Há outras fontes de poluição que podem afetar o lago do condomínio, tais como lançamento de água servida em drenagem, poluição difusa, entre outras”, destacou a empresa, em nota sobre o laudo elaborado a pedido dos moradores do residencial de luxo.
Veja mais:
Juiz manda Águas parar despejo de esgoto sem tratamento sob pena de multa de R$ 20 milhões
Vereador denuncia falta de tratamento de esgoto; Águas diz que trabalho é exemplar
Omissão de agências penaliza usuários com transporte coletivo ruim e caro, diz denúncia
Em agosto deste ano, o Campo Grande News publicou matéria apontando a contaminação do lago e a morte de tilápias no local. A Associação Parque Residencial Damha III contratou a Sanágua para analisar a qualidade da água do lago.
“Restou cientificamente comprovado a presença de efluentes sanitários no corpo hídrico nas águas do residencial e região”, destacou a entidade em comunicado aos residentes. Moradores vinham relatando mau cheiro e morte de peixes na região.
A associação encaminhou o relatório confirmando a contaminação e cobrou providências da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) e da concessionária Águas Guariroba.
Para o vereador Vinicius Siqueira, que obteve a liminar por meio da Associação Pátria Brasil, o laudo confirma a denúncia feita de que não há tratamento dos resíduos líquidos e há despejo irregular de esgoto em várias regiões da Capital, como áreas de preservação permanente, bairros, córregos e no Rio Anhandui.
No mês passado, juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, determinou que a Águas comprove, em 15 dias, de que trata adequadamente o esgoto coletado em Campo Grande. A empresa poderá pagar R$ 500 mil de multa por dia – podendo chegar ao máximo de R$ 20 milhões.
“A Águas Guariroba não possui nenhuma estrutura que possa causar este tipo de evento na região (do Damha III). Há outras fontes de poluição que podem afetar o lago do condomínio, tais como lançamento de água servida em drenagem, poluição difusa, entre outras. Em Campo Grande todo o esgoto coletado é tratado em uma das duas estações de tratamento de esgoto da concessionária: a ETE Los Angeles e a ETE Imbirussu”, destacou a concessionária, negando qualquer ligação com o problema no lago do residencial.
“Todas as operações da empresa são realizadas de forma responsável, transparente, com segurança ambiental e seguindo as normas técnicas e ambientais aplicáveis, o que é acompanhado e regulado pelos dos órgãos competentes. Todos estes dados são apresentados. Periodicamente à Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg) e à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), garantido a lisura de sua operação”, afirmou.
“A Águas Guariroba sempre esteve a disposição para esclarecer dúvidas encaminhadas pela população, órgãos fiscalizadores e autoridades acerca dos serviços prestados”, concluiu.