O decano Londres Machado (PSD), no 11º mandado, é o campeão em gastos da cota parlamentar em plena pandemia e com sessões remotas desde meados de março deste ano. Poderoso e milionário, ele gastou R$ 208,2 mil de janeiro a junho deste ano com a CEAP (Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar), em média de R$ 34,7 mil por mês. No total, os 24 deputados gastaram R$ 4,380 milhões no primeiro semestre, conforme o Portal da Transparência.
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O mais econômico na utilização do dinheiro do povo foi o Felipe Orro (PSDB), com R$ 67,7 mil. No entanto, o tucano só informou gastos até maio deste ano, enquanto a maioria dos parlamentares já apresentou as notas até do mês passado. Em média, Orro usou R$ 13,5 mil mensais da cota.
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O segundo menor gasto foi do deputado estadual Marçal Filho (PSDB), que desistiu de ser candidato a prefeito de Dourados, apesar de liderar todas as pesquisas de opinião pública. Ele teria usado R$ 90,2 mil em seis meses, média de R$ 15.034 por mês.
Campeão na farra com o dinheiro público, Londres manteve os gastos, apesar do legislativo estar com as atividades a distância desde o início da pandemia. De janeiro a junho deste ano, ele manteve o desembolso com combustível, em torno de R$ 1,7 mil a R$ 2,2 mil por mês, R$ 5 mil com aluguel, entre outras.
O vice-campeão em gastos é Antônio Vaz (Republicanos), com R$ 196 mil. O menor gasto dele foi R$ 24,9mil em abril deste ano. Nos demais meses, apesar da pequena redução em relação aos meses “normais”, ele manteve a média de desembolso alta, apesar das recomendações das autoridades para evitar aglomerações. As sessões da Assembleia são virtuais.
Em terceiro lugar ficou o deputado estadual Márcio Fernandes (MDB), com R$ 195,7 mil em seis meses. Candidato a prefeito de Campo Grande, com a missão de suceder a estrela emedebista André Puccinelli, o parlamentar praticamente zerou o gasto com gasolina. Por outro lado, Márcio passou a usar praticamente toda a cota a que tem direito com o pagamento de consultoria e pesquisa.
De acordo com o Portal da Transparência, o valor destinado a consultoria passou de R$ 14,5 mil nos meses de janeiro e fevereiro para R$ 31,5 mil em abril, quando as atividades foram suspensas por causa da pandemia. Em maio e junho, quando o gasto com combustível voltou a ficar próximo de R$ 4 mil, o pagamento de consultoria caiu para R$ 26,5 mil.
No mês de julho, Márcio destinou R$ 31,8 mil para o pagamento de consultoria e pesquisa, que representa quase 90% do valor destinado para o custeio da atividade parlamentar (R$ 36,3 mil).
Gerson Claro (Progressista) ficou em 4º lugar em gasto, com R$ 195,7 mil, seguido por Eduardo Rocha (MDB), com R$ 190 mil. O emedebista, marido da senadora Simone Tebet (MDB), teve gasto expressivo, de R$ 28 mil a R$ 31 mil com consultoria e pesquisa, repetindo procedimento semelhante ao adotado por Fernandes.
Confira o gasto da cota de cada deputado em 2020
Deputados | 2020 | De jan a jun |
Londres Machado (PSD) | 244.035,90 | 208.257,32 |
Antônio Vaz (Republicanos) | 227.422,17 | 196.087,33 |
Márcio Fernandes (MDB) | 232.011,16 | 195.718,79 |
Gerson Claro (Progressistas) | 225.784,98 | 195.707,44 |
Eduardo Rocha (MDB) | 216.000,00 | 190.000,00 |
Pedro Kemp (PT) | 216.039,17 | 186.546,12 |
Jamilson Name (sem partido) | 219.841,17 | 183.991,72 |
Onevan de Matos (PSDB) | 206.756,61 | 178.492,97 |
Evander Vendramini (Progressista) | 211.922,75 | 178.119,73 |
Renato Câmara (MDB) | 219.909,76 | 173.618,23 |
Cabo Almi (PT) | 203.373,15 | 172.652,68 |
Lucas de Lima (SD) | 166.910,37 | |
Neno Razuk (PTB) | 196.633,87 | 166.164,55 |
Lídio Lopes (Patriotas) | 180.494,77 | 153.394,90 |
Capitão Contar (PSL) | 146.760,40 | |
Herculano Borges (SD) | 171.792,88 | 144.607,66 |
Barbosinha (DEM) | 164.586,36 | 143.848,22 |
Zé Teixeira (DEM) | 162.008,47 | 140.271,54 |
Professor Rinaldo (PSDB) | 161.907,04 | 139.007,04 |
Coronel David (sem partido) | 154.171,28 | 134.551,28 |
Paulo Corrêa (PSDB) | 133.716,72 | |
João Henrique (PL) | 146.404,65 | 117.072,65 |
Marçal Filho (PSDB) | 103.894,53 | 90.208,52 |
Felipe Orro (PSDB) | 67.742,10 |
O deputado João Henrique (PL) teve o 3º menor gasto, de R$ 117 mil. O presidente da Assembleia, Paulo Corrêa (PSDB), ficou em 4º lugar no ranking dos menores gastos, com R$ 133,7 mil de janeiro a julho. No mês de junho, o tucano não apresentou nenhum gasto.
A maioria dos deputados reduziu o gasto com a cota parlamentar neste ano. No total, o gasto foi de R$ 4,380 milhões de janeiro a julho deste ano. No ano passado, eles gastaram R$ 9,155 milhões.