Nascida do investimento de R$ 60 milhões, aplausos e críticas, a “nova 14 de Julho” puxa a fila no balanço de obras da gestão do prefeito Marquinhos Trad (PSD), que encerra mandato em 31 de dezembro de 2020.
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Coração do comércio varejista, a 14 contabiliza mais de um século de histórias. A via não é a mais antiga, mas nos mistérios da mobilidade caiu nas graças de quem morava na Campo Grande das antigas e precisava chegar à estação ferroviária. O principal “trieiro” tem no nome a data em homenagem à Revolução Francesa. Foi num 14 de julho que aconteceu a “Queda da Bastilha”.
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Caminho de desfiles cívicos, Carnaval e procissões, a 14 de Julho teve 12 quadras revitalizadas no Reviva Campo Grande, que se estendeu por 1.500 metros entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso. O dinheiro veio de empréstimo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Após 17 meses de obra, a nova 14 foi inaugurada em novembro do ano passado. Saíram 120 vagas de estacionamentos e entrou em cena uma via pensada para o pedestre, com bancos para descanso nas calçadas, árvores para conforto térmico, calçadas largas e fiação subterrânea. O Centro ganhou novos atrativos na concorrência com os shoppings.
De acordo com a prefeitura, os recursos do Reviva Centro vão chegar à Rua Rui Barbosa e demais vias no quadrilátero central.
Frentes de asfalto – De acordo com levantamento da Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos), as obras de asfalto avançaram por 158 quilômetros entre 2017 e 2020, sendo 82 km de pavimentação e 76 quilômetros de recapeamento.
As intervenções foram em vias no complexo Altos do São Francisco (Vila Nasser, Nossa Senhora das Graças, Jardim Fluminense, Altos do São Francisco, Parque dos Laranjais), Nova Lima, complexo José Tavares (Tarsila do Amaral, Parque Iguatemi, Oscar Salazar, José Tavares, Vida Nova), Mata do Jacinto, Vila Nascente, Futurista, Danúbio Azul, Eco Park, Aero Rancho (o mais populoso da cidade), Jardim Anache, complexo Belinatti (Residencial Bellinati e Ana Maria do Couto) e Jardim Botafogo.
Por meio de parceria com a Águas Guariroba, foram 20 km de recapeamento em ruas como 13 de Maio, Padre João Crippa, Arthur Jorge, Pernambuco, Salgado Filho (trecho), Silveira Martins, Antônio Maria Coelho, Avenida América, Winston Churchill, Hélio de Castro Maia, Avenida Consolação, General Nepomuceno Costa e Euclides da Cunha.
As obras de asfalto também foram executadas em projetos de corredor do transporte coletivo: Bandeirantes, Brilhante, Guia Lopes e Bahia. Recursos próprios custearam recapeamento na Vicente Solaris, Albert Sabin, Joana D’Arc, Arquiteto Vila Nova Artigas, Ezequiel Ferreira Lima, Jornalista Valdir Lago e Ricardo Franco.
O balanço informa que investimentos de R$ 35 milhões em infraestrutura custeiam obras no Santa Luzia (R$ 14,7 milhões) e Nova Lima (Etapa B – R$ 20,2 milhões).
Com a implantação de duas rotatórias na Rua Martim Afonso de Souza, Residencial Oscar Salazar, a população desta região do Nova Lima, na saída para Cuiabá, passou a ter alternativa viária mais rápida para acesso ao Centro da cidade.
Outros R$ 52,5 milhões serão investidos em drenagem, pavimentação e recapeamento no Nova Campo Grande. De acordo com a Sisep, foi licitada a construção de ponte de concreto de 40 metros sobre o Córrego Imbirussu, ligação do Jardim Carioca com o prolongamento da Avenida 7.
Controle de enchentes – Após seis anos, foram retomadas as obras de drenagem e controle de enchente no Bairro Cidade Morena.
O sistema de captação pluvial existente extravasava porque na época da pavimentação, feita há 10 anos, não foi construída tubulação para toda água atravessar.
Sem a drenagem complementar, a enxurrada alaga as casas construídas abaixo do nível das ruas e impede a travessia de veículos de passeio.
Projetado para evitar a erosão da nascente do córrego Segredo, piscinão no bairro Nova Lima vai reter 26 milhões de litros de água. Sem a obra, havia o risco de se iniciar processo erosivo similar ao que causou o assoreamento do lago principal do Parque das Nações Indígenas, formado pelas águas do Prosa.
Com capacidade para “segurar” mais de 22 milhões de litros, a represa de contenção na Praça das Àguas, em frente ao Shopping Campo Grande, reduziu o pico da vazão do Prosa, evitando os transbordamentos em pontos mais adiantes, como na confluência da Avenida Ricardo Brandão com a Rua Joaquim Murtinho.