A Operação Penúria, deflagrada para apurar o superfaturamento de R$ 2 milhões na compra de cestas básicas pelo Governo do Estado, prendeu três pessoas por posse ilegal de armas de fogo e munições. Nesta sexta-feira, os promotores, com o apoio do Batalhão de Choque, cumpriram 13 mandados de busca e apreensão.
[adrotate group=”3″]
A investigação é conduzida pelo promotor Adriano Lobo Viana de Resende, da 29ª Promotoria de Defesa do Patrimônio Pública. Autorizada pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna, da 4ª Vara Criminal, a operação mira o contrato sem licitação para aquisição de 60 mil cestas básicas com recursos da covid-19 para entregar a 20 mil famílias carentes.
Veja mais:
Governo diz que Controladoria-Geral vai acompanhar denúncia de desvio na compra de cesta
Operação Penúria apura superfaturamento de R$ 2 mi na compra de cesta por Reinaldo
Ao ser desafiado a apurar superfaturamento de cesta, Reinaldo desiste de ação contra Capitão Contar
Com imunidade parlamentar, Capitão Contar desafia Reinaldo e diz que superfaturamento pode superar R$ 1 mi
Os mandados foram cumpridos na Sedhast (Secretaria Estadual dos Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), no Parque dos Poderes, na sede do Farturão, nome fantasia da empresa Tavares & Soares, e residências de funcionários públicos e dos empresários. O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) aproveitou a situação de emergência por causa da pandemia para contratar a empresa sem licitação por R$ 5,820 milhões.
Durante o cumprimento dos mandados com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado) e GECOC (Grupo Especial de Combate à Corrupção), os policiais prenderam três em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Celso Rodrigues estava com revólver calibre 32 e 28 munições de calibre 38. Mauro Márcio foi flagrado com um revólver Smith & Wesson 6” calibre 38 e 96 munições do mesmo calibre. Luciano Rufino estava com revolver Taurus 32 e seis munições.
A investigação é mais um escândalo de corrupção a atingir a gestão tucana em Mato Grosso do Sul. A Operação Aprendiz, comandada pelo promotor Marcos Alex Vera de Oliveira no início do ano passado, apura superfaturamento e desvio nas verbas destinadas às agências de publicidade.
A Operação Reagente levou ao suposto esquema de desvio, fraude em licitações e desvios de mais de R$ 9 milhões do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul Rosa Pedrossian.
Em 2018, a Operação Vostok, autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça, apurou o suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS ao governador do Estado. No dia 24 de junho deste ano, a Polícia Federal indiciou Reinaldo, o filho, o advogado Rodrigo Souza e Silva, o primeiro secretário da Assembleia, Zé Teixeira (DEM), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Monteiro, entre outros, pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Again, que levou à denúncia do desvio de mais de R$ 3,6 milhões pela Máfia do Coração no HR. Ainda houve a Operação Antivírus, que concluiu pelo desvio milionário no Detran.
Após a Operação Penúria, o Governo do Estado divulgou nota para destacar que acompanha a investigação por meio da Controladoria-Geral do Estado.