Como a pandemia da covid-19 segue fora de controle nas aldeias e na Capital, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou mais 947 casos e 14 mortes. A aceleração na disseminação do coronavírus já tirou o Estado da lanterna no ranking nacional. Ao contabilizar 558 mortes nesta quarta-feira (12), Mato Grosso do Sul já supera Roraima (551) e o Tocantins (474) no número de óbitos causados pela covid-19.
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O Estado já tinha perdido o posto de último lugar entre as unidades da federação em número de casos positivos. Com 33.509 infectados, MS segue na frente do Acre, com 21.757, e Tocantins, com 33.047, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
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As autoridades sul-mato-grossenses também não podem mais propagar que o Estado tem o a menor taxa de letalidade do País. Em MS, a mortalidade da covid-19 está em 19,6 para cada grupo de 100 mil habitantes e superou Minas Gerais, que está em 17,1 para 100 mil.
Em 24 horas, o Estado passou de 32.562 para 33.509 casos confirmados. O número de óbito passou de 544 para 558. De acordo com a secretária-adjunta estadual de Saúde, Crhistinne Maymone, 514 pessoas estão internadas para tratar a doença no Estado, sendo que 221 precisaram de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Na esperança de conter a pandemia, Campo Grande adotará lei seca a partir de hoje, quando bares, conveniências, restaurantes e outros espaços públicos ficam proibidos de comercializar bebida alcoólica para consumo no local.
A medida vai contra a recomendação de pesquisadores, médicos e do Programa Prosseguir, do Governo do Estado, que recomendaram a suspensão de todas as atividades e só manter as essenciais para conter o vírus. No entanto, a medida enfrenta resistência do prefeito Marquinhos Trad (PSD), de empresários e do Ministério Público.
A Capital contabiliza 13.940 casos positivos e 204 mortes causadas pela covid-19. O maior problema é que segue em alta a superlotação de UTI. De acordo com a Secretaria de Saúde, 87% dos leitos estavam ocupados em Campo Grande nesta quarta-feira, mesmo com as ampliações feitas nos últimos dias. Ontem, quatro hospitais estavam com lotação de 100%.
O problema também é considerado gravíssimo nas aldeias, principalmente, entre os índios terenas. A Secretaria de Saúde confirmou 1.591 casos e 34 mortes entre os índios sul-mato-grossense. Nas aldeias, a maior parte dos casos foi notificada em Aquidauana, com 488 e 14 mortes. O lamentável é que o surto ocorreu após evento realizado pelo Governo do Estado para lançar obra de pavimentação asfáltica.
O cenário também é preocupante nas aldeias de Miranda, com 257 casos e 4 mortes; Sidrolândia, com 181 doentes e 3 mortes; Dois Irmãos do Buriti, com 118 casos e 4 mortes; Campo Grande, 89 casos e 3 mortes; Anastácio com 52 casos e 3 mortes; e Nioaque, com 68 casos.
Nesta semana, a morte de Osório Prado Cardoso, 89 anos, pela covid-19, causou comoção em Campo Grande. Conhecido como Baiano, ele era um dos mais famosos e queridos pipoqueiros da cidade, que trabalhou por décadas em frente ao Colégio Nossa Senhora Auxiliadora.
Outra foi de Marcos Roberto Gasparetto Ferreira, 51, motorista da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande. Ele era motorista e ajudava no transporte de pacientes para realizar exames de hemodiálise.
Até o momento, 2.896 profissionais de saúde contraíram a doença no Estado e 14 morreram, conforme levantamento da Secretaria Estadual de Saúde. Outra área sensível é dos profissionais da segurança, que teve 448 casos, mas nenhuma morte.