O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) nomeou, nesta quinta-feira (30), o guarda municipal Marcelo Rios, preso desde maio do ano passado no Presídio Federal de Mossoró (RN), no cargo de agente penitenciário estadual. Acusado de integrar o suposto grupo de extermínio chefiado pelo empresário Jamil Name, o novo servidor estadual é réu pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, homicídio, milícia privada e porte ilegal de arma.
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Rios é um dos 262 aprovados no concurso público da Agepen (Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário) realizado em 2015 e concluído em setembro do ano passado. O processo foi concluído com o guarda municipal atrás das grades, já que ele foi preso pelo Garras em maio do ano passado com um arsenal de guerra na casa no Jardim Monte Líbano.
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Um dos principais personagens da Operação Omertà, o guarda municipal é acusado de ser um dos principais agentes de Jamil Name e Jamil Name Filho, também presos na Penitenciária Federal de Mossoró. Ele é réu pela execução do universitário Matheus Coutinho Xavier, ocorrida em abril de 2019, e foi indiciado ontem pelo assassinato de Marcel Colombo, o Playboy da Mansão.
A nomeação de Marcelo Rios expõe a falha no sistema estadual de seleção de agentes penitenciários, já que permite a nomeação de pessoas com péssimos antecedentes. O mais espantoso é que o detalhe deveria ser levado em considerado considerando que há organizações criminosas apostando em concurso público para infiltrar agentes nas forças de segurança, conforme reportagens veiculadas na imprensa nacional.
Em entrevista ao Campo Grande News, o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, tranquilizou de que a nomeação foi protocolar, mas não deverá efetivado. “Apenas um protocolo face sua aprovação na fase do concurso, porém como está preso, não poderá assumir. Da mesma forma ainda que estivesse solto, responde a processo por crime e seria certamente reprovado na investigação social”, garantiu, sem explicar em que fase ocorre a análise da conduta dos aprovados.
“A Agepen está adotando as demais medidas administrativas legais que o impedirão de assumir caso venha a ser libertado”, afirmou Videira.
A nomeação de um réu por crimes gravíssimos expõe ainda mais a gestão tucana, que promoveu a demissão do investigador da Polícia Civil, Tiago Henrique Vargas, por supostamente ter surto durante exame realizado pela junta médica da Ageprev. Ele ganhou notoriedade ao gravar vídeos nas redes sociais para criticar políticos corruptos, inclusive o governador Estado.
No total, Tiago responde a 11 procedimentos administrativos, a maior parte por crítica a políticos, como o ex-ministro Carlos Marun, famoso por defender o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB), e o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), acusados de corrupção na Operação Lava Jato.
Outros condenados pela Justiça ainda conseguiram ser aposentados, como o ex-segurança de Reinaldo, Ricardo Campos Figueiredo.