O ministro Felix Fischer, relator da Operação Vostok no Superior Tribunal de Justiça, sofreu cirurgia de emergência na segunda-feira (27) e está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele retorna ao hospital quatro meses após retornar de licença médica. Com a internação, o inquérito aberto para apurar o pagamento de R$ 67,7 milhões em propina pela JBS ao governador Reinaldo Azambuja (PSDB) para pela segunda vez.
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Fischer é internado um mês após a Polícia Federal indiciar o tucano e o filho, o advogado Rodrigo Souza e Silva, por corrupção passiva, organização criminosa e lavagem e dinheiro. Com a conclusão do inquérito policial, o ministro deveria encaminhar o caso ao procurador-geral da República, Augusto Aras.
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De acordo como site Conjur, Fischer sofreu obstrução intestinal ocasionada por uma hérnia interna e precisou ser submetido a cirurgia de emergência. O quadro é estável e o magistrado segue internado na UTI para recuperação do pós-operatório no Hospital DF Star, em Brasília.
O boletim é assinado pelo médico cardiologista Fabrício da Silva, pelo cirurgião geral Luciano Ambrosini e pelo diretor-geral do hospital, Pedro Henrique Loretti.
Com 72 anos de idade, Fischer ficou afastado para tratamento de saúde entre 25 de julho do ano passado e 24 de março deste ano. Na ocasião, ele sofreu uma embolia pulmonar. No período, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino o substituiu na Corte Especial e como relator da Operação Vostok.
Fischer foi o responsável pela prisão de Rodrigo, do primeiro secretário da Assembleia Legislativa, Zé Teixeira (DEM), do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Márcio Monteiro, entre outros, em 12 de setembro do ano passado. Ele também decretou o sequestro de R$ 277 milhões da família de Reinaldo para garantir o ressarcimento dos cofres públicos.
Com a conclusão do inquérito pela PF, o próximo passo é oferecimento da denúncia pelo Procuradoria-Geral da República. No entanto, Aras pode pedir novas diligências ou optar pelo arquivamento da denúncia contra Reinaldo.
No ano passado, a corte levou mais de um mês para decidir pela substituição de Fischer por Sanseverino. Isso significa que qualquer novidade no processo contra o governador de Mato Grosso do Sul pode ficar para setembro, quando a Operação Vostok completará dois anos.
O relator também está com pedido do governador para suspender o bloqueio das contas e bens. Desde março deste ano, o magistrado analisa pedidos feitos por Rodrigo Souza e Silva, Zé Teixeira e Ivanildo da Cunha Miranda para restituir equipamentos e documentos apreendidos na Vostok.
Sanseverino chegou a pautar os recursos por três vezes no ano passado, mas acabou optando por retirá-los da pauta.