O Ministério Público Estadual deflagrou, nesta quarta-feira (1º), a Operação Redime para combater fraudes, desvios e corrupção passiva e ativa na área de saúde em Mato Grosso do Sul. O alvo da investigação é um poderoso grupo empresarial, que recebeu R$ 140 milhões nos últimos cinco anos, apenas na gestão do governador Reinaldo Azambuja (PSDB).
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Com a participação de 70 policiais militares, 17 promotores de Justiça, 15 servidores do MPE e quatro policiais civis, a Operação Redime ocorreu na surdina e cumpriu 19 mandados de busca e apreensão autorizados pelo juiz Roberto Ferreira Filho, da 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
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Conforme a investigação conduzida pelo promotor Humberto Lapa Ferri, da 31ª Promotoria do Patrimônio Público, a empresa HBR Medical Equipamentos Hospitalares teria sido beneficiada do suposto esquema criminoso e de fraude em licitação. O contrato firmado em 2015, quando recebeu pela primeira vez R$ 6,2 milhões, vem sendo aditivado desde então e os repasses já superam R$ 140 milhões, considerando-se o montante de R$ 15,8 milhões pagos até este mês, conforme o Portal da Transparência.
O MPE suspeita que houve a prática dos crimes de fraude em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção passiva e ativa, entre outros delitos correlatos. A Operação Redime apreendeu documentos, agendas, registros contábeis, anotações, comprovantes de movimentações bancárias, computadores, notebooks, dinheiro em espécie e aparelhos de telefone celular.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande e no interior e mais quatro estados brasileiros – São Paulo, Paraná, Ceará e Piauí.
Nesta quarta-feira, a investigação contou com a participação dos outros dois promotores do Patrimônio Público, Adriano Lobo Viana de Resende e Marcos Alex Vera de Oliveira, e do Grupo de Especial de Combate à Corrupção e dos Gaeco (Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado) em MS, PR, SP, CE e PI.
Esta é a terceira operação de combate aos desvios na saúde na gestão tucana. Em 2017, o MPE deflagrou a Operação Reagente, que apontou o desvio de R$ 9 milhões apenas no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul. O promotor Adriano Resende apresentou duas ações por improbidade, sendo que uma foi rejeitada pela Justiça, e outra por peculato.
Já a Polícia Federal apontou o desvio nos repasses destinados a área de cardiologia por meio da Operação Again, que também desvios no HR e no Hospital Universitário. Essas ações tramitam na 3ª Vara Federal de Campo Grande.
O Jacaré procurou a HBR Medical Equipamentos Hospitalares, mas não houve manifestação até a publicação deste matéria.
O Governo do Estado também ainda não se manifestou sobre o suposto esquema de desvio na saúde.