Lanterna no ranking entre as 27 unidades da federação no número de casos da covid-19, Mato Grosso do Sul é vice-campeão nacional na epidemia de dengue. Apenas em 2020, o Estado já contabiliza 61.604 doentes e 39 mortes causadas pelo Aedes aegypti, o temível pernilongo vem causando surtos a cada biênio no Estado.
[adrotate group=”3″]
A situação se agrava com a circulação de três tipos de vírus da dengue: 1, 2 e 4. O predominante é o dengue tipo 2, encontrado em 50 dos 79 municípios do Estado. Em seis municípios, a Secretaria Estadual de Saúde isolou o tipo 1 e 2. Em quatro cidades, principalmente na fronteira com o Paraguai e a Bolívia, também foi encontrado o tipo 4.
Veja mais:
Coronavírus é mais uma ameaça. Epidemia de dengue mata 28 e H1N1 chega antes do inverno
Coronavírus infecta 9 por hora em MS e mata mais três, enquanto parte do povo é só festa
Boletim Covid O Jacaré: longe de vacina, doença chegou mais agressiva na América
Boletim Covid O Jacaré: Nenhum país está livre do coronavírus e 2ª onda já preocupa a Europa
De acordo com o Ministério da Saúde, a incidência em Mato Grosso do Sul é de 1.711 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, percentual só abaixo do registrado no Paraná (2.185). Aliás, os paranaenses são os campeões deste ano em casos de dengue, com a confirmação de 249,9 mil.
Com 39 óbitos confirmados, o Estado está em terceiro no número de mortes, atrás do Paraná (151) e São Paulo (33). O número de mortes em MS é quatro vezes ao total registrado nos nove estados da Região Nordeste (10).
O mosquito ainda transmite a chikungunya, que fez 187 vítimas neste ano, e a zika vírus (58). Apesar de ser um problema desde meados dos anos 90 do século passado, não há vacina para nenhuma doença causada pelo Aedes aegypti.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, a população é a principal culpada pela epidemia da dengue, porque não adota os cuidados para evitar os focos nos quintais. Somando os 2019 e 2020, com 146,9 mil doentes, a dengue já é a maior em dez anos e 28% superior a do biênio 2015/2016, que teve 114 mil casos.
Paralelamente à epidemia de dengue, o Estado começa a registrar do coronavírus. Conforme boletim divulgado hoje, a Covid-19 já fez 3.551 vítimas e causou a morte de 33 pessoas em Mato Grosso do Sul.
A situação segue fora de controle em Dourados, onde já foram confirmados 1.197 casos da covid-19. De acordo com o Sindicato dos Médicos (SinMedMS), há cinco profissionais com a doença na cidade. Três estariam internados em hospitais públicos e dois em privado. Nenhum está na UTI.
Com a confirmação de mais duas mortes ontem (14), um homem de 67 anos de idade em Deodápolis e outro de 81 em Dourados, o Estado passa a contar com 33 óbitos causados pela pandemia.
Em 24h aumentou o número de doentes em estado grave no Estado, que passou de 30 para 36 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O número de pessoas internadas em leitos clínicos passou de 67 para 80.
Já sobre os números da pandemia do coronavírus, que põe o Estado na lanterna do ranking nacional, Geraldo Resende, atual titular da Saúde estadual, atribuiu o bom resultado ao trabalho realizado pelo Governo do Estado e aos prefeitos. Enquanto a proliferação da dengue, que põe MS como vice no ranking de casos, é culpa da população, o controle da covid-19 é dos gestores públicos.
Os números de 2020
Doença | Casos | Mortes |
Dengue | 61.604 | 39 |
Covid-19 | 3.551 | 33 |
Influenza | 78 | 8 |
Sarampo | 5 | 0 |
Além da dengue, Chikungunya, zikavírus e covid-19, o MS ainda tem surto de influenza e H1N1 e de sarampo. Extinta há décadas, o sarampo já fez cinco vítimas neste ano no Estado, apesar da vacina ser oferecida gratuitamente pela rede pública.
A diferença entre a dengue e a covid-19 está na letalidade. Com 61 mil casos, a dengue causou a morte de 0,06% dos infectados. Já o coronavírus matou 0,87% dos 3,5 mil contaminados. Em nível nacional, a taxa de letalidade da covid-19 é de 5% – 43.332 dos 867,6 mil diagnosticados morreram.