O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estimou, em entrevista ao jornal O Globo, que a pandemia do coronavírus causará 150 mil mortes no Brasil. Além de prever mais três meses duros, ele também voltou a criticar o protocolo para uso da cloroquina contra a Covid-19, proposto pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que levou à demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich.
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Na análise do ex-deputado federal e ex-secretário municipal de Saúde de Campo Grande, os brasileiros ainda terão uma luta longa e triste contra a pandemia. Até ontem, o ministério contabilizava 16.118 mortes e 241.080 pessoas contaminadas. O número de brasileiros infectados é o 4º maior do mundo, superando a Itália e Espanha.
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No entanto, na análise de Mandetta, primeiro ministro da Saúde demitido por Bolsonaro durante a pandemia, o coronavírus causará muito mais mortes. Ele prevê 150 mil óbitos, conforme o jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
Sem falar em números, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo desta segunda-feira (18), ele insistiu na crítica que o período do sucessor, que pediu demissão na sexta-feira, foi um mês perdido no combate à pandemia.
Mandetta disse que o Brasil terá mais 12 semanas duras de combate à Covid-19. Na sua avaliação, o Brasil já enfrentou dois meses e terá mais três difíceis, com mais mortes e milhares de pessoas atingidas pelo coronavírus. Após o colapso nos sistemas de saúde e funerário de Manaus (AM), ele prevê que Fortaleza (CE) será o novo epicentro da pandemia no Brasil.
O ex-ministro da Saúde criticou o primo, o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD), pelas medidas drásticas adotadas em meados de março deste ano. Na sua avaliação, ele errou por ter suspendido o transporte coletivo antes da Capital ter confirmado o primeiro caso da Covid-19.
No entanto, na entrevista ao jornal paulista, Mandetta esqueceu de mencionar os números da pandemia em Mato Grosso do Sul. Com 570 casos confirmados e 15 óbitos, o Estado tem o menor número de casos no País, conforme o Ministério da Saúde.
Mandetta voltou a alertar para o uso da cloroquina, como defende Bolsonaro. Ele contou que os testes indicaram que o medicamento aumenta os casos de taquicardia e poderá levar mais pessoas à morte. Na sua avalição, os governantes, incluindo Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, defendem a substância para incentivar a volta ao trabalho e ficar com a consciência tranquila pelo aumento no número de mortes.
Apesar de ter sido cortejado pelos governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e de São Paulo, João Doria (PSDB), Mandetta não pretende ocupar cargo público nos próximos meses.
Ele firmou contrato para escrever livros sobre a atuação no Ministério da Saúde e mira a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB) em Mato Grosso do Sul.