O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM), supera o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o banqueiro João Amoêdo (Novo) e empata com o apresentador de TV, Luciano Huck (sem partido) nas intenções de voto para presidente da República em 2022. O levantamento do Instituto Paraná Pesquisa foi divulgado neste sábado (2) pela revista Veja.
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Ex-deputado federal e médico campo-grandense ganhou notoriedade nacional ao contrariar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e defender o isolamento social para frear a pandemia causada pelo coronavírus. Ele também ganhou os holofotes ao defender prudência na utilização da cloroquina para tratar os doentes da Covid-19.
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O trabalho no ministério chegou a ser considerado ótimo e bom por 76% dos brasileiros, conforme pesquisa do Datafolha. A maioria, 64%, não concordou com a sua demissão do Ministério da Saúde em meio à pandemia, que já fez 92,6 mil vítimas e causou 6,4 mil mortes no Brasil.
Conforme o primeiro cenário, Mandetta fica em 5º lugar, com 6,8%, atrás de Bolsonaro, com 29,1%, do ex-ministro da Educação e segundo colocado na última disputa presidencial, Fernando Haddad (PT), com 15,4%, do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), com 11,1%, e de HucK, com 8,1%.]
O ex-ministro da Saúde consegue a proeza de empatar com o apresentador do programa o Caldeirão do Huck, na TV Globo, marcado pela assistência social. Outra proeza é superar Amoêdo, que ficou em 5º lugar na última eleição presidencial. O banqueiro ficou com 4,5%.
Mandetta surge a frente de outros presidenciáveis, que também estão usando o coronavírus para se contrapor a Bolsonaro, como Doria, com 4,4%, e os governadores do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), com 1,4%, e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), com 1,1%.
Conforme o levantamento, Bolsonaro lidera em todos os cenários. Quando o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é incluído, o presidente fica com 26,3%, contra 23,1% do petista. Moro aparece com 17,5%, contra 8,1% de Ciro, 4% de Amoêdo, 3,8% de Doria, 2,3% de Marina Silva (Rede), 1,2% de Witzel e 0,7% de Guilherme Boulos (PSOL).
O ex-titular da Saúde consegue porcentagem três vezes superior ao obtido pela ex-ministra do Meio Ambiente, que já conseguiu mais de 20 milhões de votos em uma disputa pela presidência da República. Marina já é uma veterana em disputas presidenciais.
Réu no escândalo Gisa (Sistema de Gestão em Saúde), que aponta o desvio de R$ 8,1 milhões dos cofres da Prefeitura de Campo Grande quando era secretário municipal de Saúde na gestão do primo, atual senador Nelsinho Trad (PSD), Mandetta só descartou concorrer a novo mandato de deputado federal.
Em entrevista a Kim Kataguiri (DEM), ele admitiu que pode concorrer a presidência da República em 2022. “Isso é um troço muito doido. Não saberia te dizer”, afirmou, ao ser questionado sobre a disputa presidencial. O presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, não descarta lançar o sul-mato-grossense para disputar a sucessão de Bolsonaro.
O último nascido em Mato Grosso do Sul eleito presidente foi Jânio Quadros, que renunciou ao mandato nove meses depois de assumir a Presidência da República.