Com 48 casos confirmados e sete pacientes internados, sendo cinco na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), o campo-grandense aproveitou a reabertura do comércio nesta segunda-feira (6) para abandonar a quarentena e ignorar os riscos do coronavírus. A maioria dos campo-grandenses foi às ruas sem colocar máscaras, recomendação feita pelo Ministério da Saúde.
[adrotate group=”3″]
A situação só não está totalmente fora controle graças às limitações impostas pelas autoridades. O prefeito Marquinhos Trad (PSD) manteve a suspensão do transporte gratuito dos idosos até o dia 19 deste mês. O toque de recolher, das 22h às 5h, também foi estendido até o mesmo dia.
Veja mais:
Comércio volta na 2ª, mas pode fechar de novo por mais tempo sem medidas de prevenção
Dom Dimas conde os abutres que se aproveitam da pandemia do coronavírus para ampliar lucros
Sem testes e estrutura para seguir exemplo do Japão, quarentena é a única arma de MS contra pandemia
Pandemia: coronavírus já circula em 20 bairros da Capital e nove municípios de MS
Máscaras de pano ajudam a conter pandemia do coronavírus e o ideal é todos usarem proteção
Por outro lado, o Poder Judiciário tem dado respaldo às ações da prefeitura. Nesta segunda-feira, o juiz Marcelo Andrade Campos Silva, da 4ª Vara de Fazenda Pública, negou liminar para o Rodosul (Sindicato das Empresas do Transporte de Passageiros de Mato Grosso do Sul), para reabrir o Terminal Rodoviário de Campo Grande. A princípio, o embarque e desembarque de passageiros segue suspenso até o próximo domingo (13).
No entanto, mesmo com a limitação no transporte coletivo, os usuários se aglomeravam nos pontos e a maioria sem qualquer tipo de proteção. Apesar da obrigatoriedade de só transportar passageiros sentados, houve vários ônibus com várias pessoas em pé no decorrer do dia.
Obrigado a restringir o atendimento a 30% da capacidade, fornecer álcool gel e proibir a utilização dos provadores, o comércio acabou se tornando outro ponto de transmissão em massa. Consumidores, inclusive muitos idosos, não seguiram a orientação de manter a distância de 1,5 metro e se acotovelam nas filas, para espanto e terror das autoridades sanitárias.
As agências bancárias ficaram lotadas no decorrer do dia. O Banco do Brasil da Avenida Afonso Pena não impôs limite e acabou sendo notificado pelos fiscais da Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), que podem fechar a unidade nesta terça-feira (7).
O mais grave é que o Brasil está em uma guerra, mas a população, impulsionada pela desinformação, vem ignorando o alerta de autoridades.
A situação é grave. De acordo com o Ministério da Saúde, já são 553 mortes e 12.056 casos confirmados pela Covid-19.
Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou a segunda morte pela doença. A vítima também é de Batayporã, onde ocorreu o primeiro óbito. Sônia Regina dos Santos, 66, estava internada desde o dia 27 no Hospital Regional de Nova Andradina. A investigação da Secretaria de Estado de Saúde apontou que a paciente apresentou sintomas após retornar de viagem para São Paulo a trabalho.
No mundo, a doença já matou mais de 73,7 mil pessoas e infectou 1,3 milhão. O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi transferido para a UTI após o agravamento no estado de saúde.
Em Campo Grande, um homem de 38 anos está internado na UTI desde 14 de março deste ano. Uma mulher de 40 anos deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva neste domingo (5).
A população começou a desrespeitar a quarentena após o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). De acordo com Marquinhos, antes do presidente defender o isolamento vertical e condenar a suspensão das aulas, 80% da população vinha ficando em casa. Após a manifestação presidencial, esse índice caiu para 40%.
Neste domingo, o prefeito convocou a população a dobrar os joelhos para orar contra a pandemia do coronavírus. Ele seguiu recomendação de Bolsonaro, que convocou jejum nacional contra a Covid-19.
Diante da insensatez de muitos, o jeito é orar para que a tragédia não se repita no Brasil. Já que não foi por falta de aviso.