O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, ganhou apoios estratégicos para manter as políticas recomendadas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) contra a pandemia do coronavírus no Brasil – como o distanciamento social e o isolamento da população. Apesar da ofensiva contrariar Jair Bolsonaro (sem partido), ele conta com apoio da opinião pública e conseguiu ter o respaldo de cargos estratégicos na esplanada, como Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública), de acordo com o Uol.
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Além disso, o médico campo-grandense passou a ser elogiado e virou guia das ações dos presidentes do Senado, David Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ambos do DEM, e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli.
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Nesta terça-feira (31), o procurador-geral da República, Augusto Aras, também citou o ministro da Saúde como referência das ações do Ministério Público Federal. “Vou ouvir o ministro Mandetta. Quem determina política de saúde no Brasil é o ministro Mandetta”, afirmou o chefe do MPF em entrevista ao blog da jornalista Andréia Sadi.
O portal Uol destacou ainda que o ministro da Saúde tem respaldo de parte da cúpula das Forças Armadas. O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, defendeu o isolamento social.
Moro teria manifestado indignação com a postura do presidente da República, que contrariou as recomendações para evitar aglomerações e passeou na manhã de domingo pelo comércio no Distrito Federal. Além disso, o ex-juiz deixou claro nas redes sociais que vem adotando o isolamento social.
Até o ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou claro que, como pessoa, vem ficando em casa durante a quarentena. Guedes e Moro eram consideradas as principais estrelas da gestão Bolsonaro.
Graças à estratégia de combate à pandemia, que já fez mais de 803 mil vítimas e matou 39 mil pessoas no mundo, o ministro da Saúde vem sendo elogiado por médicos, pesquisadores e autoridades em saúde. De acordo com pesquisa do Datafolha, 55% dos brasileiros aprovam a postura de Mandetta, enquanto apenas 35% dizem o mesmo de Bolsonaro.
Nos últimos, o presidente Bolsonaro teria manifestado aos mais próximos a irritação com o ministro da Saúde. No entanto, em entrevista coletiva ontem, o chefe da Casa Civil, general Braga Netto, descartou a demissão de Mandetta “no momento”.
Por temer colapso da economia, o presidente vem criticando duramente o isolamento social. No domingo, ele anunciou que poderá baixar decreto autorizando a sair da quarentena quem precisa trabalhar para sustentar a família.
Em meio a tensão e ao pânico causado pela pandemia, mesmo destacando que não tem pretensões políticas, Mandetta desponta no horizonte como o principal nome para disputar a sucessão de Reinaldo Azambuja (PSDB).
Antes das desavenças públicas com Bolsonaro, ele cogitava trocar o DEM pelo novo partido, Aliança pelo Brasil. Com a mudança de patamar, ele pode substituir a ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, como o principal nome na sucessão estadual.
No sábado, conforme O Estado de São Paulo, Mandetta teria se comprometido a adotar as medidas necessárias para combater a pandemia e não tirar proveito político da notoriedade.
A favor do argumento do ministro, ele tem o fato de não ter disputado a reeleição em 2018.