Ronaldo de Souza Costa (*)
O COVID-19 penetra no ser humano por uma porta de entrada, que possibilita ao vírus acesso à alguma célula do corpo, para que inicie no ser humano seu ciclo reprodutivo, assumindo o controle de células especializadas dos nossos órgãos. Os órgãos mais expostos para a penetração do coronavírus no corpo humano são os olhos, o nariz e a boca.
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O COVID-19 sobrevive por muitos dias em superfícies sem vida, e tem nas mãos (porque tocam em pessoas e em ambientes contaminados), tosse e espirros suas vias fundamentais de transmissão.
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A prevenção à infecção é a principal estratégia para controle e eliminação do vírus.
‘Neste contexto de alta transmissibilidade, a primeira medida proposta para evitar a propagação do COVID-19 é o isolamento social. As pessoas não devem sair de suas casas para evitarem disseminação do COVID-19, pois podem estar contaminadas, se apresentarem assintomáticos ou sintomas leves, sendo transmissoras potencias do vírus que pode atingir outras pessoas com imunidade baixa ou com outras doenças que aumentam a grfavidade da doença.
Portanto, a primeira medida proposta para evitar a propagação do COVID-19 é o Isolamento Social.
Medidas de controle:
- Isolamento Social;
- Higienização adequada e abundante das mãos com muita água e sabão. Lave as palmas, o dorso e entre os dedos das mãos, esfregando intensamente, por pelo menos 40 segundos;
- Uso de álcool gel 70% nas mãos limpas (não adiante aplicar álcool gel 70% nas mãos sujas);
- Uso de Máscaras protetivas;
- evite passar as mãos nos olhos, no nariz, na boca e em ferimentos, pois o vírus penetra no corpo humano por uma destas áreas;
- Evitar estar em aglomerações, mantendo distância de pelo menos dois metros de outra pessoa.
Os impactos econômicos e sociais desta pandemia serão imensos. O mundo está parando, a economia está parando, os sistemas de saúde estão entrando em colapso, expondo o despreparo das redes de atenção à saúde em países ricos (mas não desenvolvidos), e em proporção muito maior nos países pobres.
O COVID-19 tem peculiaridades que lhe conferem alta gravidade, pois a doença que provoca não pode ser prevenida por vacina, não tem medicamento para tratamento, tem uma incidência 30 vezes maior que a gripe suína (vírus (H1N1), que provocou outra pandemia conhecida no ano de 2009.
Então, não tem prevenção e não tem tratamento com medicamentos, sendo a sua incidência muito maior, e o curso da doença muito mais severo, com pacientes graves evoluindo com perda de capacidade respiratória, precisando de permanecerem internados em Unidades de Terapia Intensiva sob respiração artificial, para oxigenar o sangue que é distribuído a todos outros órgãos do corpo humano. Exige no estágio mais grave da doença assistência médica de Alta Complexidade.
Muitos s sintomas do Coronavírus podem ser comuns a outras doenças. Vamos fazer um quadro comparativo:
Confira as diferenças I
Doença | Tosse | Febre | Congestão nasal | coriza | Dor de garganta | Fadiga |
Covid-19 | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim |
Gripe | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim | Sim |
Resfriado | Sim | Não | Sim | Sim | Sim | Não |
Rinite alérgica | Não | Não | Sim | Sim | Não | Não |
Confira os sintomas II
Doença | Cansaço | Diarreia | Dificuldade Respirar | Dor de cabeça | Espirro | Irritação nos olhos |
Covid-19 | Sim | Sim | Sim | Sim | Não | Não |
Gripe | Sim | Não | Não | Não | Não | Não |
Resfriado | Não | Não | Não | Não | Não | Não |
Rinite alérgica | Não | Não | Não | Não | Sim | Sim |
Para todas doenças infecciosas, o Sistema Único de Saúde deve estar devidamente preparado. Podemos ver que nosso país luta há anos contra a dengue, e todos os anos as pessoas ainda morrem em decorrência da dengue, por falhas na prevenção, no diagnóstico e no tratamento da doença.
Esta incapacidade repetida de responder a uma demanda previsível representa negligência na área de saúde. Porque aos agravos que são previsíveis, passíveis de controle, e que determinam a necessidade de formatação de uma rede adequada de assistência,não correspondem as providências adequadas. Enquanto houver doença previsível sem rede de prevenção, promoção da saúde e assistência médica adequada, haverá sofrimento e mortes evitáveis.
O Brasil de hoje apresenta, tanto perfil de doença de países desenvolvidos, as doenças crônico-degenerativas, decorrentes do envelhecimento da população, como doenças infectocontagiosas, negligenciadas, decorrentes da falta de saneamento básico, falta de acesso e de assistência à saúde.
É preciso retomar a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), investindo os recursos públicos na ampliação da rede própria, fazendo o cumprir as diretrizes fundamentais do SUS, com amplo acesso da população a todos os serviços de qualidade em qualquer parte do território nacional, com carreira e salários dignos para os profissionais, entendendo que gastos com promoção da saúde é investimento. A COVID-19 veio para demonstrar de forma pedagógica o impacto que a doença pode provocar na vida das pessoas, na sociedade como um todo e na economia.
Saúde, Direito de Todos, Dever do Estado.
(*) Ronaldo de Souza Costa é médico do Hospital Universitário