“O isolamento social é fator primordial para conseguir alguma vitória (contra a pandemia do coronavírus)”, alertou o presidente do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Marcelo Santana. A situação é tão grave, que sem as medidas de restrição de mobilidade e para evitar aglomerações, Campo Grande pode precisar de 9 mil leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), ressaltou o prefeito Marquinhos Trad (PSD).
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De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a doença já matou 12.973 pessoas e contaminou outras 304.524 em mais de 100 países. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 1.546 casos e 25 mortes pelo coronavírus.
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Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria Estadual de Saúde confirmou 21 casos, sendo 19 na Capital e dois no interior, Ponta Porã e Sidrolândia. Exame descartou coronavírus para venezuelana de 63 anos que morreu na UPA do Jardim Leblon, em Campo Grande.
A partir desta segunda-feira, a Capital sul-mato-grossense vai parar tudo para frear a pandemia da Covid-19. Para Santana, as decisões do prefeito Marquinhos Trad foram importantes, corretas e adotadas no tempo correto.
O presidente do Sindicato dos Médicos considera a atual pandemia sem precedentes na história da humanidade. O campo-grandense não é o único com a mobilidade restrita. Mais de 1 bilhão de moradores estão em quarentena. Na Argentina, o presidente Alberto Fernandez determinou isolamento social total e proibiu os argentinos de sair de casa sem necessidade.
O médico alerta que nem o uso de máscaras é a melhor proteção para a população em geral. “A proteção para a pessoa é o isolamento social”, recomendou. As máscaras são recomendas para os profissionais de saúde, que estão na linha de frente no combate à doença e salvando vidas, e para os doentes, para que não propaguem a doença para os outros.
Devido a falta de máscaras, como o que vem ocorrendo no Hospital Regional Rosa Pedrossian, o presidente do Sindicato dos Médicos avalia que a solução será o Governo federal determinar que fábricas de máscaras para a indústria, construção civil e agrotóxico passem a priorizar a produção de equipamentos de proteção individual para médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem.
Desde sábado, a Capital está sob toque de recolher das 22h às 5h. No primeiro dia, a Guarda Municipal fez ronda e fechou 33 estabelecimentos e recolheu 68 moradores.
Além de fechar bancos, lojas, empresas e bancos, o prefeito determinou que a construção civil deve suspender as atividades a partir de hoje. O problema é grave, porque, sem as medida, a Capital pode ter 9 mil doentes graves com o corovavírus.
“Não temos leitos de UTI para atender todo mundo”, enfatizou o prefeito. Atualmente, sem a pandemia, médicos já são obrigados a selecionar doentes para colocar em leitos intensivos. Em decorrência da falta de leitos, médicos improvisam respiradores manuais para manter doentes vivos nos postos de saúde e prontos socorros de Campo Grande.
O Campo Grande News revelou que o número de doentes no Estado pode chegar a 30 mil. A partir desta segunda-feira, prefeitos de praticamente todos os municípios devem impor toque de recolher e suspender as atividades do comércio.
Neste domingo, o Exército começou a montar barreiras na fronteira com o Paraguai. Em Paranhos, militares montaram a barreira na saída da cidade.
O Ministério Público Estadual recomendou barreiras sanitárias em portos e aeroportos para frear o avanço da pandemia. O objetivo é isolar passageiros com os sintomas da COvid-19, que inclui febre, tosse e dor de garganta. O Governo do Estado ainda não respondeu à solicitação da promotora Filomena Fluminhan.
O senador Nelsinho Trad (PSD) teve alta ontem, após ficar quatro dias internado e até contar com respirador nasal para respirar. Ele foi um dos 23 integrantes da comitiva do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na viagem aos Estados Unidos, que contraíram a doença.