Condenado a 21 anos, três meses e 26 dias por corrupção e dar apoio à Máfia do Cigarro, Ricardo Campos Figueiredo, 43 anos, obteve aposentadoria proporcional e paritária. Ele foi preso na Operação Oiketicus, em 16 de maio de 2018, quando atuava como motorista do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e era lotado como assessor especial na Secretaria Estadual de Governo.
[adrotate group=”3″]
A ida do militar para a reserva remunerada da Polícia Militar consta da Portaria 0413, de 18 deste mês, do diretor-presidente da Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul, Jorge Oliveira Martins, publicada nesta quinta-feira (19). Os proventos serão proporcionais, mas o sargento terá direito à paridade, ou seja, os mesmos reajustes concedidos aos policiais da ativa.
Veja mais:
STF revoga habeas corpus e ex-segurança de Reinaldo volta para a cadeia para cumprir 21 anos de prisão
STF concede HC e ex-motorista de Reinaldo, condenado a 22 anos, é solto após 12 meses
Ex-motorista de Reinaldo é condenado a 18 anos de prisão por três crimes
Ex-segurança de governador é condenado pela 2ª vez, a três anos e seis meses de prisão
MPE denuncia ex-motorista de governador por posse ilegal de armas de fogo e munições de fuzil 762
Preso desde o final de outubro do ano passado, Figueiredo está no Presídio Militar de Campo Grande. Ele voltou à prisão após a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal revogar o habeas corpus concedido em 23 de maio do ano passado pelo ministro Marco Aurélio.
Ricardo Campos Figueiredo foi condenado a três anos e seis meses por obstrução de investigação de organização criminosa. Conforme o Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), ao ser alvo de mandados de busca e apreensão, o militar se trancou no banheiro e destruiu os dois telefones celulares.
A segunda sentença do juiz Alexandre Antunes da Silva, da Auditoria Militar Estadual, condenou Ricardo a 18 anos, 10 meses e 11 dias de prisão em regime fechado. Ele também perderá a patente e teve a prisão preventiva decretada. No entanto, o Tribunal de Justiça reduziu a pena para 16 anos e seis meses.
Figueiredo ainda é réu em outra ação, por porte ilegal de arma de fogo. Este processo atrasou porque houve conflito de competência e o TJ decidiu que o julgamento deverá tramitar na 4ª Vara Criminal, presidida pela juíza May Melke Amaral Penteado Siravegna.
Conforme a denúncia, o militar usava o prestígio da função de assessor de segurança na Governadoria para ajudar a Máfia do Cigarro.
O militar chegou a ser promovido duas vezes por atos de bravura e teve nove punições, inclusive com detenção, anuladas em uma única canetada pelo Comando Geral da Polícia Militar. O caso chegou a ser tema de reportagem do Fantástico, da TV Globo.