O fim da tarifa mínima reduziu em 20% o consumo de água em Campo Grande, mas a criação da taxa fixa e do reajuste extra garantiram aumento de 13,8% na receita da Águas Guariroba em 2019. Conforme balanço publicado na sexta-feira (21), a concessionária fechou o ano passado com lucro de R$ 157,6 milhões, aumento de 6,5% em relação ao resultado positivo de 2018, com R$ 148 milhões (veja na pág 164 do Diário Oficial).
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O balanço mostra que o fim do pagamento de valor mínimo, equivalente a 10 metros cúbicos, não reduziu o faturamento milionário da empresa controlada pela Aegea. Para cumprir promessa de campanha, o prefeito Marquinhos Trad (PSD) reduziu a tarifa mínima em 50% em 2018 e a extinguiu no ano passado.
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No entanto, a concessionária recorreu à Justiça e ao Tribunal de Contas do Estado, que obrigaram a Agência Municipal de Regulação a adotar medidas para garantir o reequilíbrio econômico-financeiro do contrato. A empresa terá direito ao reajuste extra de 11,83%, parcelado em três vezes.
Além disso, a prefeitura criou a tarifa fixa de R$ 12 para imóveis residenciais, R$ 18,20 para o comércio, R$ 28,61 para a indústria e R$ 60,72 ao poder público. A tarifa de esgoto passa de 70% para 75% em 2020 e, 80% em 2026.
Conforme o balanço publicado na semana passada, o reajuste extra de 3,9% no dia 3 de janeiro e a tarifa fixa garantiram a boa saúde financeira da concessionária. Além disso, houve reajuste “normal” de 4%.
Em decorrência do fim da tarifa mínima de 10 metros cúbicos, houve queda de 20,7% no consumo de água no ano passado, de 52,6 milhões para 41,777 milhões de metros cúbicos. Houve queda de 19,2% no faturamento do esgoto, de 35,6 milhões para 28,8 milhões de metros cúbicos.
No entanto, graças a nova taxa e reajuste extra, a concessionária conseguiu elevar a receita em 13,8% em 2019, de R$ 477,862 milhões para R$ 543,737 milhões. A despesa teve aumento de 10,3%, de R$ 155 milhões para R$ 170,9 milhões.
O lucro líquido de 2019 foi de R$ 157,635 milhões, contra R$ 148 milhões no ano anterior. O superávit teve aumento de 6,5%, acima da inflação oficial contabilizada no ano passado.
Por outro lado, em decorrência da emissão de debêntures e da valorização do dólar, a dívida bruta da companhia cresceu 43,9% no ano passado, de R$ 703,9 milhões para R$ 1,012 bilhão.
A empresa abastece 345.897 imóveis com rede de água na Capital, dos quais 66,2% (229.272) estão conectados à rede de esgoto. De acordo com a concessionária, o investimento na Capital supera R$ 1 bilhão.
A rede de abastecimento de água soma 4 mil quilômetros de dutos em Campo Grande. Como houve mudança na sistemática de cálculo, a taxa de inadimplência foi de 4,7% no ano passado.