Quase ninguém foi à manifestação contra o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) por ter elevado o ICMS sobre a gasolina de 25% para 30%. O protesto reuniu cerca de 50 pessoas. Até o buzinaço teve pouca participação, já que a maioria não fazia barulho para externar a indignação contra o aumento do combustível, que beira a média de R$ 4,50 na Capital e está sendo comercializado até R$ 5,18 no interior.
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No entanto, a baixa adesão não desanimou o MBL (Movimento Brasil Livre), praticamente o único que surgiu em 2013 e voltou às ruas para protestar contra o aumento da carga tributária. Nem a frente do grupo chega de impostos compareceu.
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O porta-voz do MBL no Estado, Lucas dos Santos, anunciou que a entidade promoverá série de atos e ações contra o aumento do ICMS sobre a gasolina. A meta será obter apoio popular para pressionar o governador e os deputados estaduais para reduzir o tributo de 30% para 25% e, no segundo momento, para 20%, mesma alíquota cobrada sobre o etanol.
Santos considerou a manifestação acima das expectativas, porque esperava de 15 a 20 pessoas. Cerca de 50 compareceram ao protesto na frente do Ministério Público Federal na Avenida Afonso Pena. O MBL pretende convocar carreata contra o aumento do ICMS durante a semana.
O empreendedor digital Rafael Palhano, da página Nas Ruas de CG, destacou que a população só vai conseguir reverter o aumento de impostos se participar das manifestações. Ele entende que o ICMS maior vai ter impacto sobre os demais produtos, como remédios, e prejudicará, principalmente, a população e baixa renda.
O delegado aposentado José Luis Sotolani pegou uma bandeira e foi protestar contra o Governo do Estado no canteiro central da Afonso Pena. “O Governo só arrocha a população, não tem feito nada para ajudar o povo”, lamentou.
Além de protestar, conforme o delegado, a situação só vai mudar se o eleitor deixar de votar em políticos de carreira, que se reelegem todo ano. “O povo deve trocar os políticos que só pensam nos próprios interesses”, recomendou.
O fiasco da manifestação pode ser considerado como vitória de Reinaldo, que elevou a carga tributária sobre produto considerado essencial, como é o caso da gasolina, mas não enfrentou oposição da população nas ruas.
Graças ao aumento do imposto, o litro da gasolina deve ter alta de R$ 0,24 a R$ 0,30 no litro no Estado. Na Capital, alguns postos chegaram a vender o produto a R$ 4,87, mas recuaram após pressão do Procon e da Polícia Civil.
Em Santa Rita do Pardo, o litro do combustível foi comercializado a R$ 5,189 na sexta-feira, causando revolta entre os moradores locais. No entanto, foi uma revolta silenciosa e invisível. O mesmo ocorreu em Campo Grande, onde teve muita gente reclamando nas redes sociais, mas quase ninguém nas ruas.
Além da gasolina, Reinaldo elevou em até 71% as taxas do Fundersul que são cobradas sobre grãos, madeira, cana-de-açúcar e boi. O tucano só reduziu o ICMS sobre o etanol, de 25% para 20% para agradar os usineiros. O produto ainda não teve redução para o consumidor.
O Sinpetro (Sindicato dos Revendedores de Derivados do Petróleo) distribuiu panfletos para justificar que o aumento “é culpa do imposto, não do posto”. O trocadilho não agradou o governador.
A OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil, seccional de Mato Grosso do Sul) anunciou que convocará o secretário de Fazenda, Felipe Mattos, para explicar o aumento do ICMS sobre a gasolina. A entidade estuda ação no Supremo Tribunal Federal para barrar o aumento.
No entanto, devido a falta de gente no protesto de hoje, o governador deve começar a semana tranquilo e com força para manter as medidas amargas.