Graças ao aumento do ICMS de 25% para 30%, aprovado por 15 deputados estaduais e pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB), a gasolina já custa até R$ 5,18 em Mato Grosso do Sul. Indignada com o tarifaço tucano, mesmo sem o apoio de políticos e de movimentos, a população vem organizando protesto contra o encarecimento do combustível no domingo (16).
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A primeira manifestação está prevista para as 16h na Afonso Pena e tenta retomar o movimento verde-amarelo contra a corrupção. “Chame seus amigos e sua família e vamos mostrar a força do povo! Vá com camiseta verde e amarela”, começa o comunicado distribuído em grupos de aplicativos.
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“Vamos buzinar e mostrar que estamos vivos e quem manda é o POVO! Vamos zerar o ICMS desse Estado”, destaca, convocando a população. No entanto, não houve manifestação de entidades que já falaram grosso contra o aumento de impostos no passado, como FIEMS, Fecomércio e Famasul.
“Se o presidente da Repúlbica falou que zera o tributo federal sobre o combustível, por que o governador desse Estado não pode zerar o ICMS?”, questiona, incitando os apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido) a reforçar o ato previsto para domingo. “Chega de Corrupção!!!! #Gasolina2,75!Já!”, convoca, sobre a estimativa do Sinpetro (Sindicato dos Revendedores dos Derivados do Petróleo), de que sem impostos, o produto pode ser comercializado a R$ 2,72.
O segundo protesto conta com o apoio do MBL (Movimento Brasil Livre) e da página Nas Ruas de CG. A convocação é para que a população faça um buzinaço na Afonso Pena, em frente ao Ministério Público Federal, a partir das 17h.
“Bora povo, chega de reclamar e vamos reagir”, endossou um internauta à convocação da carreata de domingo. “Vá de bicicleta, vá a pé. De carro não faz sentido. Apoie essa ideia”, propõe outra.
“Esse buzinaço tem que ser dia de semana. Fim de semana, os marajás não ficam na cidade”, propõe outro.
A revolta da maior parte da sociedade contra ao aumento de 20% na alíquota do ICMS é visível. Na maior parte dos municípios do interior, onde a gasolina custa mais caro, o valor vem roçando nos R$ 5.
Em Jardim, postos estão vendendo a gasolina entre R$ 4,99 (comum) e R$ 5,095 (aditivada). Em Nova Alvorada do Sul, o produto sai a R$ 4,759. Em Maracaju, terra de Reinaldo Azambuja, o litro está custando R$ 4,89. Em Aparecida do Taboado, o consumidor está pagando R$ 4,99.
No entanto, até o momento, o mais penalizado pelo aumento de impostos tucano é o morador de Santa Rita do Pardo. Conforme o Midiamax, o litro da gasolina comum está sendo vendido a R$ 5,189 na cidade.
Como o etano está a venda por R$ 3,889, os moradores da cidade não contam com outra opção. “É o que dá pra comprar, já que aqui a gente roda pouco. Eu, particularmente, estou apostando no etanol. Mas, quando a gente vai a São Paulo, aproveita para encher o tanque em presidente Epitácio. Só assim que compensa, porque ir até lá já aumenta o custo”, contou ao Midiamax o locutor e vigilante Almir Santos, que reside em Santa Rita há cerca de 30 anos.
Reinaldo aposta no aumento do ICMS sobre a gasolina para recuperar as finanças estaduais, apesar de não ter dado reajuste aos servidores no ano passado. No entanto, como o salário do governador subiu 16,37%, junto com os subsídios de desembargadores, juízes, promotores e defensores, a folha de pagamento continua pesando.
Líder do Governo na Assembleia, o deputado Gerson Claro (Progressista), defendeu Reinaldo e destacou que a medida é amarga, mas necessária. Aliás, ele também defendeu a exigência de caução de R$ 500 mil pelo Detran para credenciar as estampadoras, que limitou a concorrência e deixou a Placa Mercosul do Estado como a 2ª mais cara do País. Agora, só faltam medidas para reduzir o custo da máquina e reduzir a carga tributária imposta à população sul-mato-grossense.