A Justiça determinou perícia para saber o valor atualizado da megafazenda de Ivanildo da Cunha Miranda, delator na operação Lama Asfáltica e elo entres os três últimos governadores. A defesa alegou prejuízos e quer trocar o bloqueio de todos os seus bens por um único patrimônio: a Fazenda São Bento, que tem 26.610 hectares e o pecuarista diz valer R$ 68,1 milhões.
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“Tendo a defesa apresentado avaliação particular do imóvel, de forma a se verificar a pertinência de eventual substituição, é necessária a realização de nova avaliação por perito do Juízo”, afirma o juiz Roberto Ferreira Filho, que mandou comunicar a Justiça de Corumbá, município onde fica a propriedade rural.
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O processo é por lavagem de dinheiro e pagamento de propina pela JBS ao ex-governador André Puccinelli (MDB). A ação penal primeiro tramitou na Justiça Federal, mas foi transferida no ano passado para a 1ª Vara Criminal de Campo Grande.
Diante do pedido da defesa, o promotor Marcos Alex Vera de Oliveira manifestou-se contra a substituição de todos os bens de Ivanido Miranda pela Fazenda São Bento. O Ministério Público Estadual pede para a Justiça dobrar o valor bloqueado, de R$ 15,4 milhões para R$ 32,3 milhões.
Homem de governo – Elo entre os três últimos governos estaduais – Zeca do PT, Puccinelli e Reinaldo Azambuja (PSDB) -, Ivanildo fez acordo de delação premiada para não ser preso e detalhou seu papel de operador de propina.
Em 2017, ele contou à PF (Polícia Federal) que trazia dinheiro em mochilas e caixas. O valor era repassado diretamente a Puccinelli ou depositado nas contas indicadas por ele. A propina, relacionada à concessão de benefícios fiscais a frigoríficos, teria sido paga de 2007 a 2015 por meio de notas frias com valores milionários, dinheiro em espécie e doação para campanha eleitoral.
Ivanildo teria iniciado a atuação nos bastidores na administração de Zeca do PT. Ele chegou a ser um dos alvos de ação civil pública, ao lado do petista, contra a venda do porto de Porto Murtinho aos familiares do ex-governador. Em 2014, Ivanildo foi o operador financeiro da campanha eleitoral do governador Reinaldo Azambuja.
Em 2018, o delator se tornou alvo da operação Vostok, em que se apura suposto pagamento de R$ 67,7 milhões em propinas pela JBS a Azambuja em troca de incentivos fiscais.
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