Ex-secretário estadual de Infraestrutura e candidato a senador no ano passado, o engenheiro Marcelo Miglioli deixou o PSDB e deverá ser candidato a prefeito de Campo Grande pelo Solidariedade nas eleições de 2020. Ele pode ser mais um adversário do prefeito Marquinhos Trad (PSD), que já confirmou ser candidato à reeleição no próximo ano.
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Apresentado na última eleição como o “senador do Reinaldo”, Miglioli ficou em 4º lugar na disputa ao obter 347.861 votos. Na Capital, ele obteve a mesma colocação e conquistou 96,4 mil votos. Ele não deve ser o único a deixar o ninho tucano, já que a deputada federal Rose Modesto cogita disputar a prefeitura por outra sigla.
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A filiação do ex-secretário animou a cúpula do Solidariedade no Estado, como o deputado estadual Lucas Lima, presidente municipal, e o vereador Papy, comandante do diretório estadual. “Marcelo tem uma trajetória incrível na política como secretário de Obras que levou desenvolvimento e vida melhor para todos os sul-mato-grossense”, ressaltou Lima, sinalizando que cederá a vaga para o novo filiado.
Apesar do esforço na campanha eleitoral, Miglioli acabou não sendo reconhecido por Reinaldo. Ele ficou sem espaço no Governo estadual e perdeu o cargo de secretário estadual de Infraestrutura para o vice-governador Murilo Zauith (DEM).
No entanto, o ex-tucano não deixou transparecer a mágoa. “Deixo o PSDB agradecido pela oportunidade que tive, tenho muitos amigos tucanos, mas a vida pública impõe novos desafios e eu não sou de fugir deles”, afirmou, por meio da assessoria de imprensa.
“Sinto-me em casa no Solidariedade, temos objetivos comuns de construir um projeto de desenvolvimento econômico, social e político para a nossa Capital, para a qual já tive oportunidade de trabalhar bastante quando coordenei a Secretaria de Infraestrutura”, afirmou, adotando discurso de candidato.
A provável candidatura do ex-secretário reforça o quadro de pulverização de candidaturas em 2020. O ex-governador André Puccinelli, presidente regional do MDB, não definiu o candidato do próprio partido, mas já delineou vários candidatos de oposição a Marquinhos.
O emedebista tem dito aos mais próximos que pretende lançar vários candidatos potenciais, como o ex-senador Delcídio do Amaral (PTB), o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche, que deverá se filiar ao Avante, o pecuarista e ex-secretário de Habitação, Paulo Matos (PSC), e Rose Modesto.
O PSDB caminha para honrar o compromisso de Reinaldo de retribuir ao apoio no ano passado e subir no palanque de Marquinhos Trad. O prefeito também poderá contar com apoio de peso, como o do PSB, presidido pelo médico Ricardo Ayache, e do ex-candidato a governador, o juiz federal aposentado Odilon de Oliveira.
A oposição ainda poderá contar com as candidaturas do deputado estadual Capitão Contar (PSL), como representante do presidente Jair Bolsonaro (PSL), e de um petista. O PT está dividido entre lançar o ex-governador Zeca do PT ou os deputados estaduais Pedro Kemp e Cabo Almi.
Na volta dos derrotados ao Senado no ano passado, Harfouche obteve o melhor resultado. O procurador ficou em primeiro lugar na Capital ao conquistar 163,1 mil votos. O ex-senador Waldemir Moka (MDB) ficou em 4º, com 99,2 mil, seguido por Miglioli (96,4 mil), Zeca do PT (76,4 mil) e Delcídio (23,9 mil).
O ex-senador Delcídio ainda precisa recuperar os direitos políticos, suspensos até 2026 por causa da cassação do mandato pelo Senado. Ele foi inocentado da acusação que levou à perda do mandato, mas precisa anular o decreto no Supremo Tribunal Federal.
O mesmo problema enfrenta o ex-prefeito Alcides Bernal, que perdeu o mandato de deputado federal apesar de ter obtido 47 mil votos. O progressista ainda acabou perdendo o comando do partido no Estado.
As eleições só vão ocorrer daqui um ano, mas os partidos já começaram a definir as peças do jogo.