Caso se confirme as desistências do ex-governador André Puccinelli (MDB) e do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (PDT), o prefeito Marquinhos Trad (PSD) assume a liderança folgada, mas novos personagens prometem equilibrar a disputa pela Prefeitura de Campo Grande em 2020. Este é o cenário revelado pela pesquisa do Itop, realizada entre os dias 13 e 18 deste mês e divulgada nesta terça-feira (27) pelo TopMídiaNews.
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A deputada federal Rose Modesto (PSDB), o deputado estadual Renan Contar, o Capitão Contar, o procurador de Justiça, Sérgio Harfouche (PSC) e o locutor Lucas Lima (SD) aparecem no páreo para disputar o eleitorado e dar trabalho para o atual prefeito.
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Faltando um ano e dois meses para o primeiro turno das eleições, as pesquisas servem de parâmetro para guiar os políticos, que estão a todo vapor nas articulações, e definir o rumo dos prováveis candidatos.
Este é o caso de Odilon, que deu suador no governador Reinaldo Azambuja (PSDB) ao passar para o segundo turno e obter mais de 600 mil votos nas eleições de 2018. O magistrado ensaia aliança com Marquinhos e transferir o domicílio eleitoral para Dourados ou Três Lagoas. Em terceiro lugar na pesquisa, o magistrado pode rever os planos se a candidatura na Capital for mais benéfica para o filho, o vereador Odilon de Oliveira Júnior (PDT).
No cenário considerado improvável atualmente, Marquinhos teria 19%, contra 16% de Puccinelli e 13%, de Odilon. Os três estariam na situação de empate técnico. Rose ficaria com 10%, enquanto o deputado Contar obteria 6%.
O ex-prefeito Alcides Bernal (PP), inelegível até 2024, aparece com 5,5%, e o ex-governador Zeca do PT, com 5%. O deputado estadual Lucas Lima surge com 3,5%, seguido por Harfouche, 3%, e o deputado federal Dagoberto Nogueira (PDT) e o ex-vereador Marcelo Bluma (PV), com 2%.
Com a provável saída de André, que está enrolado em denúncias de corrupção na Operação Lama Asfáltica, e de Odilon, o Itop aponta um novo cenário.
Marquinhos só subiria um ponto percentual, passando de 19% para 20%, enquanto os dois principais adversários, de três a quatro pontos. Sem espaço para disputar a prefeitura no PSDB, Rose subiria de 10% para 13%. Ela seria a segunda que mais herdaria os votos de Odilon. Marquinhos é a primeira opção.
Contar passaria de 6% para 9%, herdando os votos dos eleitores de André e de Odilon. Harfouche teria salto maior, de 3% para 7%, repetindo o mesmo fenômeno do capitão. Lucas Lima é o terceiro candidato a herdar os votos dos andrezistas e passaria de 3,5% para 6,5%.
O Itop apontou o índice de rejeição dos pré-candidatos em 2020. Deputado estadual, governador por dois mandatos, vereador da Capital e deputado federal, Zeca é o mais rejeitado, com 25%.
Acuado por denúncias e investigado pela PF, André obteve o segundo maior índice, 19%, contra 14% de Marquinhos. A diferença entre os três é que o atual prefeito tem a máquina para reduzir o índice até o início das convenções, em agosto de 2020, e aposta em obras de grande visibilidade, como a revitalização da 14 de Julho e da Avenida Ernesto Geisel.
Já 9% disseram que não votariam de jeito nenhum em Rose Modesto e Bernal. Dagoberto foi citado por 7%.
Além de surgir em 3º lugar nas intenções de voto, Capitão Contar tem rejeição de apenas 2%. Ele só admitiu em meados deste mês a possibilidade ser candidato e ainda poderá contar com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) como principal cabo eleitoral.
A pesquisa mostra cenário indefinido até na espontânea, quando nenhum nome é apresentado ao eleitor. Marquinhos tem 13%, contra 8% de André, 6% de Odilon e Rose e 3% de Bernal.
O apresentador Tatá Marques, apresentado do programa O Povo na TV, do SBT, é citado por 2%, superando inclusive Zeca, com 1%. De acordo com o Itop, 52,8% não sabem em quem votar ou não quiseram responder.
O Itop ouviu 600 eleitores com mais de 16 anos em todas as regiões da Capital e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.
Os candidatos deverão estar atento às principais queixas da população. A saúde é o problema número um, apontado por 77%. A insatisfação reflete a crise crônica no sistema, com falta de leitos em hospitais e de remédios nos postos de saúde.
A segurança é citada por 57%, mas o problema é de competência do Governo do Estado. Reinaldo Azambuja (PSDB) não vem conseguindo atender a população a contento na área.
O terceiro problema é o transporte coletivo (44%). A insatisfação é decorrente dos ônibus velhos, serviço precário e tarifa cara. Nas eleições de 2016, todos os candidatos prometeram transporte de primeiro mundo. No entanto, o Consórcio Guaicurus não conseguiu nem ser multado por estar com dezenas de veículos velhos circulando.
A educação foi apontada por 31%. A lista dos principais problemas é completada por falta de asfalto (26%) e falta de manutenção e buracos nas vias pavimentadas (24%).
O candidato que tiver sensibilidade em entender o humor do eleitorado terá mais chance em 2020. Agora, aquele que quiser mudar o eleitor, vai ter meio caminho percorrido rumo ao fracasso.