Um político experiente da esquerda e um novato da direita agitaram o cenário político de Campo Grande ao confirmar disposição de disputar a sucessão de Marquinhos Trad (PSD) nas eleições de outubro de 2020. Enquanto o ex-governador Zeca do PT e o deputado estadual Capitão Contar (PSL) assumem as articulações, as principais lideranças do MDB batem cabeça para definir o melhor nome para tentar reassumir o comando do município após oito anos.
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Marquinhos já confirmou que vai disputar a reeleição e está confiante na vitória. Apesar da grave crise financeira do município, que mudou a forma de pagamento dos funcionários da saúde a partir deste mês, ele aposta no impacto das obras a serem inauguradas, como a revitalização da Rua 14 de Julho e da Avenida Ernesto Geisel e pavimentação dos bairros.
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No entanto, a saída do juiz federal aposentado Odilon de Oliveira (sem partido) da disputa não deve tornar o cenário mais fácil para o atual prefeito. O magistrado tem até outubro para definir o novo domicílio eleitoral, Três Lagoas ou Dourados, onde pretende disputar as eleições de 2020. Com a estratégia, o ex-pedetista deve reduzir o potencial político e ficar menor em 2022.
Campeão de voto nas eleições do ano passado, Capitão Contar aceitou o desafio de ser o candidato a prefeito do partido do presidente Jair Bolsonaro (PSL). A direção nacional decidiu colocar os campeões de votos para disputar as prefeituras. A estratégia se repetirá em São Paulo, Rio de Janeiro, Cuiabá e Porto Alegre.
“Campo Grande e as outras capitais do Brasil precisam e pedem por um novo modelo de política, mais transparente e com o mesmo direcionamento do novo Governo Federal. Da minha parte, só posso dizer que seguirei o nosso presidente e os anseios da nossa população. Se a Cidade Morena me convocar, estou pronto para atender ao chamado!”, afirmou o deputado, admitindo a pré-candidatura e obtendo 3,6 mil curtidas no Facebook.
O PSL promoverá a campanha nacional de filiação no próximo sábado (17). Na Capital, Contar deve ter reforço de líderes nacionais para o encontro previsto para as 17h no Grand Park.
A esquerda também ficou animado com o anúncio da pré-candidatura de Zeca do PT, que foi deputado estadual, vereador da Capital, deputado federal e governador por dois mandatos. Ele pretende se apresentar como nome de consenso para unir os partidos de esquerda, como PDT, PCdoB, PT e PSOL.
O PT não conta com candidato competitivo na Capital há vários anos. Na verdade, a única eleição em que a sigla teve chance de chegar ao comando do Paço Municipal foi em 1996, quando Zeca perdeu no segundo turno por 411 votos para André Puccinelli (MDB).
Os petistas também vão realizar evento neste mês. O ex-ministro da Educação e ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vem no próximo dia 23 com a Caravana Lula Livre em Campo Grande.
O PDT contará com a presença do ex-governador do Ceará e ex-ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, na próxima sexta-feira (16). No entanto, o partido ficou sem o principal nome para disputar a prefeitura, com a saída do Odilon, e deve perder o segundo cotado, já que o deputado estadual Jamilson Name está de saída.
A expectativa é de que o PDT inove ao promover debates para discutir os problemas do município, mas aposte no mesmo nome para disputar a prefeitura, o deputado Dagoberto Nogueira (PDT).
Após comandar a cidade por duas décadas, os emedebistas ainda não encontraram o rumo para ter um candidato competitivo. Principal nome da legenda, a senadora Simone Tebet prefere apostar no nome do ex-governador, que está enrolado com as denúncias de corrupção.
Em reunião nesta sexta-feira, Puccinelli voltou a destacar que a disputa da prefeitura não está nos seus planos. Presidente regional do MDB, ele vem organizando para o partido lançar candidato a prefeito nas principais cidades, inclusive Campo Grande.
O PSDB conta com uma candidata competitiva, a deputada federal Rose Modesto, campeã de votos, mas está praticamente fechado com o apoio à reeleição de Marquinhos. Rose deve sair do partido para disputar a prefeitura pela segunda vez.
O procurador Sérgio Harfouche (PSC), o deputado Lucas Lima (SD), o jovem Luso de Queiroz (PSOL) e o ex-senador Delcídio do Amaral (PTC) também trabalham para viabilizar a candidatura a prefeito de Campo Grande em 2020.