Sem dinheiro para dar reajuste aos servidores públicos, reduzir em 32,5% os salários dos professores e deixar 230 mil alunos sem kits escolares, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) acertou a compra de jato executivo usado por R$ 3,2 milhões. A compra foi fechada com o Governo de Santa Catarina, comandado por um bolsonarista, que vem vendendo as aeronaves por questão de economia aos cofres públicos de lá.
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A compra expõe mais uma vez as prioridades do tucano, que só está no primeiro dos quatro anos do segundo mandato. O Estado de Mato Grosso do Sul não penaliza apenas os servidores públicos em decorrência da falta de dinheiro. O Hospital Regional Rosa Pedrossian só comprou remédios, já que os estoques de vários itens estavam zerados nas farmácias, por determinação judicial.
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Reinaldo não viu falta de dinheiro para reajustar o próprio salário em 16,37%, de R$ 30,4 mil para R$ 35,4 mil, e dos servidores comissionados.
Agora, o governador acertou a compra de uma aeronave, coincidentemente, no mesmo mês em que sancionou a lei reduzindo os salários de 9 mil professores convocados em 32,5%. No retorno das aulas, a Secretaria de Educação comunicou às escolas que não deverá entregar os kits para 230 mil alunos. Cadernos, lápis e outros materiais eram entregues gratuitamente desde 2010.
Conforme o Diário Oficial de Santa Catarina de quarta-feira (24), o avião Cessna Citation, prefixo PP-ESC, foi vendido por US$ 861.821 para o Estado de Mato Grosso do Sul. A venda, sem licitação, foi fechada com o secretário estadual de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel.
Conforme despacho do chefe da Casa Civil, Douglas Borba, a venda foi sacramentada na segunda-feira (22).
O jato executivo de nove lugares foi fabricado em 1989, há exatos 30 anos, e era usado para transportar o governador catarinense e comitiva em eventos oficiais. Os R$ 3,257 milhões serão pagos em quatro parcelas.
A polêmica pode ser semelhante a que se envolveu o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando substituiu o avião presidencial velho por um novo. Só que ao contrário do petista, o tucano compra o sucatão.
A aquisição segue na contramão da suposta crise enfrentada pelo Governo sul-mato-grossense. O governador Carlos Moisés (PSL), conforme registro do G1 (veja aqui), está vendendo a aeronave como medida de economia aos cofres públicos catarinenses. Ele também vai vender o outro jatinho, com sete lugares e fabricado em 1983.
A venda das aeronaves era promessa de campanha do pesselista.
O gasto com o sucatão não será o único a somar às despesas da administração estadual. Desde o dia 1º, os servidores voltaram a cumprir a jornada de oito horas, que tinha sido reduzida para seis horas há 15 anos para reduzir o custeio.
O leitor fica livre para tirar suas próprias conclusões sobre eventuais benefícios que um jatinho usado trará para o erário sul-mato-grossense.
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