No comando do Governo do Estado pela segunda vez, o PSDB produziu minidocumentário para celebrar os 30 anos de fundação em Mato Grosso do Sul. O vídeo dá amplo destaque ao ex-prefeito e ex-senador Lúdio Martins Coelho, morto há oito anos, mostra depoimentos de derrotados nas últimas eleições, mas ignora a deputada federal Rose Modesto (PSDB), a campeã de votos nas eleições do ano passado e apontada como principal adversária do atual prefeito, Marquinhos Trad (PSD) em 2020.
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Criado pela ala do então PMDB descontente com Ulisses Guimarães, o PSDB nacional foi fundado em 25 de junho de 1988 e chegou à presidência da República seis anos depois com Fernando Henrique Cardoso. No Estado, a legenda foi criada oficialmente em 18 de maio de 1989. Para festejar as três décadas, o diretório regional produziu vídeo distribuído nas redes sociais.
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Os tucanos possuem muitos motivos para comemorar, já que estão no comando de MS com Reinaldo Azambuja e contam com três deputados federais, cinco deputados estaduais, 40 prefeitos, 13 vice-prefeitos e 164 vereadores.
Parte do documentário serve para enaltecer Lúdio Coelho, ex-prefeito da Capital e ex-senador. Apesar de estar filiado ao DEM há mais de 24 anos, o ex-deputado federal Saulo Queiroz presta longo depoimento. Até o ex-petista e ex-deputado federal Ben Hur Ferreira, que é radialista e assessor na Assembleia, enaltece o partido.
O partido encontrou espaço para Mara Caseiro, que não conseguiu se reeleger deputada estadual e teve como prêmio de consolação a presidência da Fundação Estadual de Cultura. Dos cinco deputados estaduais, só Felipe Orro contou como foi a atuação como primeiro presidente da Juventude do PSDB.
O ex-presidente regional da sigla, Beto Pereira, falou pela bancada federal da sigla. Rose só aparece de relance na imagem, apesar dos 120.901 votos na eleição de deputada federal. Ela foi vereadora da Capital e vice-governadora.
O vídeo do aniversário de 30 anos do PSDB dá os primeiros sinais de que os tucanos vão queimar a principal liderança para apoiar a reeleição de Marquinhos. Reinaldo enfatizou em várias ocasiões que tem o compromisso de retribuir o apoio do prefeito no ano passado.
Rose conquistou 42% dos votos no segundo turno da eleição de prefeito da Capital em 2016. Ela admite que trabalha para voltar a enfrentar Marquinhos nas urnas. “Eu disputei a eleição contra o Marquinhos exatamente porque tenho uma visão diferente de como a cidade deveria ser tocada. Eu tinha um sonho em 2016, esse sonho continua vivo que é de um dia ter oportunidade de administrar a Capital. Não sei se será agora em 2020. Quem vai dizer isso é o eleitor”, admitiu em entrevista em abril deste ano ao TopMídiaNews.
Em outra manifestação, a deputada repete o mesmo discurso de Marquinhos, de que a disputa será decidida por Deus. “Eu tenho um sonho de ser prefeita de Campo Grande, mas é Deus e o povo que podem dizer. Esse sonho que apresentei em 2016, como eu enxergava a cidade, não morreu ainda. Se a população estiver feliz com Marquinhos, tem que seguir esse rumo, eu sou questionada todo dia na rua se sou candidata, mas está muito cedo pra falar isso. Em 2020 tem que vir essa discussão, naturalmente fui sondada por partidos, mas objetivo é continuar trabalhando e fortalecendo. Não dá pra querer ser candidato quando a população não te quer”, afirmou ao Midiamax.
Em caso de deixar o ninho tucano, o Podemos é o principal destino de Rose Modesto. No início deste ano, ela atravessou e impediu que o grupo do juiz federal Odilon de Oliveira, que deve deixar o PDT, assumisse o comando da sigla no Estado. Um aliado da tucana assumiu a presidência do Podemos.
De olho nas eleições de 2020, a deputada federal não aderiu à previdência especial e optou pela aposentadoria do INSS, que prevê teto de R$ 5,8 mil. Ela vem mantendo diálogo com sindicatos e entidades de classe.
Como não tem janela partidária para deputado trocar de partido, Rose vai precisar contar com a boa vontade de tucanos alta plumagem, como Geraldo Resende, atual secretário estadual de Saúde, ou da colega de parlamento, Bia Cavassa, que não recorrem à Justiça para lhe roubar o mandato.
As articulações tendo as eleições municipais estão a pleno vapor. No entanto, a situação econômica do País será fundamental, já que Marquinhos ainda não pegou a boa maré dos repasses federais, de programas como o PAC, que permitiram ao irmão, Nelsinho Trad (PSD) e André Puccinelli (MDB), concluir arrojados pacotes de obras nas áreas de infraestrutura, saúde e educação.